Mais 20 pessoas contraíram infecção do novo coronavírus em Moçambique, de acordo com a testagem de 887 amostras de casos suspeitos, elevando de 489 para 509 pessoas convivendo com a Covid-19.

Dos novos casos, 18 são nacionais e dois estrangeiros, e incluem 10 crianças, cinco adolescentes e 5 adultos, e as cidades de Maputo e Nampula tiveram 8 casos cada, Niassa, Cabo Delgado, Inhambane e Maputo província apenas um caso.

O facto foi anunciado há momentos pelo director-geral do Instituto Nacional de Saúde, Ilesh Jani, falando no habitual briefing de actualização de dados da Covid-19, tendo acrescentado que três pessoas continuam internadas em Nampula, com o registo de um paciente recuperado, o que eleva para 145 pessoas livres da doença.

Neste momento, o país conta com 361 casos positivos activos, 145 recuperados, três internados e dois mortos devido à doença, resumiu Jani, indicando que Nampula regista 153, Cabo Delgado 83, cidade de Maputo 48, província de Maputo 33, Sofala 16, Inhambane 11, Manica 7, Niassa 6 e Zambézia 2.

A fonte explicou que nas últimas 24 horas o sector público testou 464 amostras e os restantes 423 constituem um cumulativo das testagens realizadas ao longo da semana em laboratórios privados, o que totaliza 887 amostras testadas.

As autoridades da Saúde estão preocupadas com o aumento do número de casos em Moçambique e em África, por isso apelam a toda a sociedade a observar o distanciamento social, uso da máscara, evitar beijinhos, abraços e aglomerados de pessoas, e privilegiar a desinfecção frequente das mãos com álcool em gel, água e sabão ou cinza.

O epidemiologista do INS referiu que o novo coronavírus transmite-se através de gotículas expelidas da boca durante a fala ou tosse e pode provocar gripes ou pneumonias que podem levar à morte.

O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) prevê para o dia de amanhã uma descida acentuada de temperatura, devido à passagem de uma frente fria na zona sul do país.

O INAM alerta para a tomada de medidas de precaução e segurança, face aos riscos associados à descida acentuada de temperatura, que poderá registar máximos de 22 a 25 graus Celsius, enquanto as mínimas poderão estar abaixo de 12 graus Celsius.

Um comunicado distribuído esta tarde pelo INAM indica que o fenómeno poderá afectar os distritos de Matutuíne, Moamba, Magude, Boane, Manhiça, Marracuene, Namaacha e cidade da Matola, na província de Maputo. Em Gaza, o fenómeno vai fustigar principalmente os distritos de Mabalane, Chibuto, Massingir, Guijá, Manjacaze, Chókwè, Chongoene, Limpopo, Massingir, Bilene e Xai-Xai, enquanto em Inhambane os efeitos serão sentidos nos distritos de Inharrime, Zavala e Jangamo.

O MINISTÉRIO da Saúde (MISAU) colocou em marcha o seu plano de testagem rápida na cidade de Nampula para determinar a prevalência e o perfil sero-epidemiológico da pandemia da Covid-19 na capital da província do mesmo nome, no norte de Moçambique.

A confirmação foi feita quarta-feira (10) à imprensa, na cidade de Nampula, pelo director-geral-adjunto do Instituto Nacional de Saúde (INS), Eduardo Samo Gudo, que se encontra no local para liderar toda a operação visando travar a propagação da doença.

Segundo Samo Gudo, as autoridades da Saúde estarão assim em condições de realizar intervenções mais eficientes, focadas e com melhor impacto, atrevés de um inquérito, que é o primeiro do género em Moçambique, que será igualmente feito em outras zonas do país que se mostram vulneráveis à Covid-19.

“Este inquérito é de base comunitária, tendo como objectivo principal entender melhor o perfil da doença, a magnitude da pandemia e quais são os principais focos de infecção na cidade de Nampula. E, ainda, ver quais os factores que estão a determinar a transmissão comunitária e os grupos populacionais mais afectados nesta província. Com esta informação, poderemos clarificar e melhorar a nossa resposta”, afirmou.

Segundo a fonte, o inquérito será uma componente importante para as acções de vigilância ao coronavírus e tem vindo a ser implementado em várias partes do mundo.

O director-geral-adjunto do INS esclareceu que os testes rápidos não serão para diagnóstico.

“Outro aspecto importante é que este inquérito não tem como objectivo diagnosticar as pessoas que estão infectadas no presente momento, mas avaliar a exposição ao vírus. São testes parecidos com aqueles que utilizamos para fazer o diagnóstico da malária, por exemplo, e o resultado da testagem é rápido”, disse.

A fonte explicou que será utilizada uma amostra de oito mil pessoas de várias faixas etárias, estratos sociais e profissões, principalmente aqueles cujos indivíduos estão expostos, como é o caso dos profissionais da Saúde, transportadores públicos, vendedores de mercados, entre outros.

“Não podemos confundir este teste com o de rotina, que usa a boca e a garganta. Este será com gotas de sangue, parecido com o da malária. Vamos colher uma amostra representativa da cidade de Nampula que permita representar as várias áreas geográficas da urbe, os vários estratos sociais, etários e profissionais, que poderão dar-nos uma melhor radiografia da exposição que as pessoas têm ao vírus nesta cidade”, referiu.

Ele adiantou que os próximos dias serão de mobilização comunitária na expectativa de solicitar que as pessoas seleccionadas colaborem voluntariamente com as autoridades, uma vez que os resultados do inquérito são de extrema necessidade e importância para o controlo rápido da pandemia do coronavírus na cidade de Nampula.

Forte presença policial dispersou os vendedores informais no famoso mercado Estrela na cidade de Maputo, na manhã desta quarta-feira.
Os informais foram expulsos na tentativa de retomar a actividade comercial, horas depois de o município ter removido as bancas nos passeios.

Conselho Municipal de Maputo destrói barracas e bancas nos passeios localizados próximo do Mercado Estrela Vermelha. A operação, que decorreu há momentos e sob fortes medidas de segurança policial, foi desencadeada à noite para evitar confrontação entre os vendedores e as autoridades.