A Organização das Nações Unidas acolhe a partir desta segunda-feira, uma Reunião Plenária de Alto Nível sobre os Movimentos Massivos de Refugiados e Deslocados.
Os dirigentes mundiais procuram uma solução para a crise de refugiados e deslocados que atingem actualmente 65 milhões, um recorde na história da humanidade.
O Presidente Filipe Nyusi que participou na reunião advertiu para o impacto das mudanças climáticas que concorrem cada vez mais para a migração das populações.
É a primeira na história da organização, as Nações Unidas acolhem uma cimeira sobre os movimentos de refugiados e deslocados. Uma declaração política será adoptada, engajando os países a fazerem mais pela protecção das pessoas refugiadas, estimadas em 65 milhões no mundo.
As guerras continuam a ser a razão principal dos movimentos de refugiados e deslocados, seguido de uma combinação de factores políticos e económicos. Dos 65 milhões, 40 milhões são deslocados nos seus respectivos países e mais de 20 milhões são refugiados. É um número recorde na história da humanidade que levou as Nações Unidas a apelarem aos dirigentes mundiais para uma reflexão.
Mas este desastre humanitário ocorre igualmente sobre outras formas. O Presidente da República Filipe Nyusi, alertou aos dirigentes mundiais para novas vagas de migração ambiental resultantes das mudanças climáticas. Nyusi lembrou que em Moçambique e na região, milhares estão deslocados devido a seca severa, a pior dos últimos 30 anos. Um fenómeno natural que resulta em grande medida da contribuição do homem em actividades que concorrem para o aumento da emissão de gases com efeito de estufa e consequente aquecimento global.
Nyusi apelou aos seus pares para não avaliarem a situação do ponto de vista de gestão, mas do ângulo humanitário. Disse ser esta uma ocasião para o mundo fornecer uma resposta global a crise e partilhar esforços.
Esta reunião será seguida de uma conferência de países doadores dirigida pelo Presidente norte-americano Barack Obama. Aí, o mundo ficará a saber se o engajamento moral sobre a questão dos refugiados acompanha-se de um engajamento financeiro. Mas uma coisa é certa, os dirigentes mundiais comprometeram-se para já a assinar em 2018, um pacto mundial sobre os refugiados.