Os bairros da Costa do Sol e dos Pescadores constituem uma amostra da gravidade do problema de inundações em períodos chuvosos, na capital do país.
Alguns bairros da zona nobre da Cidade de Maputo não escapam ao impacto das chuvas que caem um pouco pela capital do país e arredores. No Bairro da Costa do Sol, para sair de casa e ter acesso à estrada principal, o cenário deprimente.
Mais para o interior do bairro Costa do Sol, o ambiente é de casas inundadas, águas estagnadas, cenário que coloca à prova o saneamento do meio.
“É muito difícil nós sempre vivemos com esta água. Usámos as pedras para sair de dentro para fora e de fora da casa de banho para dentro”.
E como é que fazem com as crianças?
“É mesma situação” – conta Mónica Cuamba, residente do Bairro da Costa do Sol.
Fora as residências, na Costa do Sol, as águas da chuva inundaram as ruas e durante o trajecto, um obstáculo, as casas. Passa um mês, o problema está instalado nos quintais.
O quê dizem quando tentam procurar uma solução?
“Nunca tive solução. Aqui o que se deve fazer é uma vala para que a água saia para praia. Porque aqui nós tínhamos uma vala aqui dentro da casa jovem, mas a casa jovem fechou com o muro., e aquela vala ajudava” – lamenta-se Mónica Cuamba.
Os residentes do Bairro dos Pescadores, na zona do Mufeze, convivem com inundações há oito anos. A estética e a estrutura de algumas residências foram ofuscadas pela fúria das águas. É o que conta Graça Matsinhe, uma das moradoras do bairro.
“O problema ocorre pela circular, quando chove toda a água corre para esta zona, e não tem um sitio para se deslocara. Tem sempre moradores que costuma ir cavar, para que a água possa desaguara na praia. Resulta? Mais ou mesmo”.
A zona de Liaze, nas imediações da estrada circular de Maputo, não escapa ao problema.
“Nós fomos pedir a eles que nos abram uma vala para que a água passa passar, mas não aceitam. Fomos, até, ter como secretário, e ele lá foi, mas não aceitaram que ele entrasse” – diz um dos moradores.
As pessoas são obrigadas a mergulhar na água para atravessar, crianças, jovens e adultos passam por isto, não têm como circular, e a situação é mais complicada para as viaturas, tal como o diz Alberto Sitoe: “Aqui tinha uma vala, fecharam porque construíram uma casa ali dentro dessa vala. Estava a ver estas casas todas, abandonaram, já não vive ninguém. Pelo menos o governo ver o que é que pode fazer, trazer uma pá escavadora para por areia ou valas mesmo”.
As águas não têm outro trajecto senão o já obstruído, ainda assim, as novas construções não param de surgir.