O Comité Operativo de Emergência (COE) de Cabo Delgado considera pertinente a afectação de meios aéreos para a melhoria da capacidade interventiva do Governo e parceiros na assistência às comunidades afectadas pelas inundações, havendo já famílias sitiadas.
O presidente do COE e governador de Cabo Delgado, Júlio Parruque, reconheceu que o nível de intervenção para resgate ou assistência dos infortunados poderia ser melhor se houvesse localmente pelo menos um helicóptero.
Sobre o assunto, a directora-geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), Augusta Maíta, que se encontra nesta província, garantiu que dentro de dez dias os meios aéreos estarão disponíveis.
Perto de nove mil pessoas estão afectadas pelas chuvas e inundações que se registam há cerca de uma semana na província, número que poderá aumentar, já que o nível dos rios continua a subir. Este número inclui algumas famílias sitiadas, principalmente nos distritos de Quissanga e Metuge, onde, segundo relato dos respectivos administradores, pelo menos cinco pessoas, entre adultos e crianças, perderam a vida quando tentavam sair das machambas inundadas.
Os distritos mais assolados são Pemba, Mecúfi, Ancuabe, Meluco, Metuge e Montepuez, onde cerca de 1400 casas foram destruídas pelas chuvas e ventos, 251 das quais completamente. Perto de 400 residências estão inundadas, situação que levou as famílias a procurar refúgio em locais mais seguros.
Neste momento, segundo dados avançados pelo COE, a província dispõe de três embarcações pertencentes ao INGC para o transporte de pessoas e bens, entre as duas margens do rio Montepuez, concretamente no local onde, no sábado, desabou a ponte que estabelecia ligação entre as zonas Norte e Centro do país.
Entretanto, uma quarta embarcação, pertencente à direcção provincial das Pescas, Mar Águas Interiores, com capacidade para transportar doze pessoas, deverá juntar-se às outras três, enquanto se espera a chegada de uma outra, a ser disponibilizada pelo INGC.
O presidente do COE apelou ao INGC em Cabo Delgado, organizações da sociedade civil e parceiros de cooperação no sentido de pré-posicionarem recursos que têm, nomeadamente tendas, kits de abrigo, desinfectantes de água e fármacos para as comunidades afectadas.
“A partir de hoje, todos os membros do governo provincial que estão de férias devem interrompê-las, porque precisamos da sua colaboração para a monitoria da situação no terreno, onde a população se encontra”, disse.