O instrumento, cuja análise final será feita durante a próxima sessão do conselho consultivo do sector do algodão a realizar-se em Outubro, estabelece bases para a comercialização desta cultura, esperando-se que facilite a atracção de investimentos para o sector.
Em Moçambique a produção do sisal e outras fibras usadas na indústria têxtil, está adstrita ao Instituto de Algodão de Moçambique (IAM).
Em declarações ontem ao jornal, o director-geral do Instituto do Algodão de Moçambique, Luís Tomo, disse que depois do sisal a sua instituição tem também o desafio de iniciar com a regulamentação da produção, comercialização e exportação de fibra de bananeira que, segundo disse, é uma das mais longas usadas pela indústria têxtil no mundo.
Tomo apontou que para a regulamentação do sisal actualmente em curso, a sua instituição já concluiu o trabalho de campo, tendo depois solicitado dados sobre a componente produtiva junto da Faculdade de Agronomia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
Moçambique possui em elevado potencial para a produção de sisal, cujas exportações podem gerar divisas para o país, além de promover oportunidades de acesso ao emprego por parte da população local.
“Na sequência deste diagnóstico lançamos, no ano passado, um concurso público para a contratação de serviços que visam a elaboração de um plano de revitalização da cadeia de valor do sisal no país. Solicitamos apoio do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), com vista a melhorar a disponibilidade de dados e informações relevantes sobre a cultura de sisal no país”, referiu Tomo.
Dados disponíveis indicam que a cultura de sisal em Moçambique é desenvolvida pelo sector empresarial nos distritos de Monapo, Angoche, Mossuril, Ilha de Moçambique e Memba, na província de Nampula.
Para a campanha agrícola 2018/19 o país previa produzir cerca de três mil toneladas de fibra de sisal, numa área lavrada estimada em 12.352 hectares, configurando uma redução da área em cerca de 2.648 hectares, comparativamente ao planificado.
As projecções apontavam também para uma receita superior a quatro milhões de dólares, sem contar com outros encargos que devem ser suportados pelas empresas produtoras ou intermediárias do processo de exportação da fibra de sisal.
Até ao ano passado, Moçambique partilhava com Angola e Etiópia a décima posição no ranking de produção de fibras de sisal no mundo, com uma produção que varia entre 500 quilogramas e 1000 quilos por hectare.
Até ao momento, a fibra de sisal serve, exclusivamente, para exportação e destina-se ao processamento de fios e cordas para várias finalidades, particularmente na indústria automóvel. Nos últimos anos a matéria-prima tem registado alguma valoração no mercado, devido à procura de acessórios derivados da fibra de sisal, no âmbito do programa de uso de materiais biodegradáveis.