A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve oito pessoas suspeitas de desviar produtos destinados às vítimas dos ciclones Idai, em Nhamatanda, na província de Sofala, divulgou ontem fonte da corporação.
“Estes indivíduos, que pertencem à mesma organização não-governamental, engendraram um esquema de desvio de produtos destinados à ajuda humanitária”, declarou Daniel Macuácua, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Sofala.
Segundo a Polícia, o grupo terá desviado uma quantidade não especificada de arroz, feijão e óleo, após a sua distribuição num dos bairros de Nhamatanda.
“Preocupa-nos o facto de os indiciados terem recorrido aos nomes de alguns membros da Polícia que, segundo eles, teriam se apoderado à força destes produtos”, afirmou o porta-voz, acrescentando que investigações decorrem para apurar estas informações.
Os indiciados são todos trabalhadores da organização não-governamental Oikos - Cooperação e Desenvolvimento, disse a fonte à Lusa.
Em Abril, o Tribunal Judicial da Cidade da Beira condenou duas pessoas à pena de um ano de prisão por desvio de donativos destinados às vítimas do ciclone Idai.
Além de Búzi, Nhamatanda está entre os distritos mais afectados pelo ciclone Idai na província de Sofala, no centro de Moçambique.
O ciclone Idai atingiu o centro de Moçambique em Março, provocando 604 vítimas mortais e afectando cerca de 1,8 milhão de pessoas.
Pouco tempo depois, Moçambique voltou a ser atingido por um outro ciclone, o Kenneth, que se abateu sobre o norte do país em Abril, matando 45 pessoas, para além de afectar outras 250 000.