O Presidente da República, Filipe Nyusi, esclareceu ontem, na cidade da Beira, em Sofala, que os moçambicanos não têm qualquer conflito de natureza religiosa, razão por que não é aceitável que os homens armados que semeiam terror, matam e queimam casas em algumas zonas da província de Cabo Delgado sejam confundidos com crentes do Islão.
Nyusi, que foi juntar-se à comunidade muçulmana na cidade da Beira, na comemoração do Eid-ul-Fitre, sublinhou que é inadmissível matar pessoas em nome de qualquer que seja a religião.
Recordou que o Islão significa paz, nas palavras e actos, tendo por isso recomendado que todos os crentes muçulmanos condenem a violência e peçam a Allah (Deus) que devolva a tranquilidade aos compatriotas em Cabo Delgado, o mais urgente possível.
“Os que praticam o mal estão fora do pacto entre o Homem, o bem e o Islão. Estes devem ser denunciados e isolados”, disse o Chefe do Estado, acrescentando que o Islão ensina que a paz se pratica com amor ao próximo e com justiça.
Filipe Nyusi defende que, após o sacrifício consentido durante o mês de Ramadão, os crentes muçulmanos devem desejar o bem uns aos outros, partilhando o pouco que têm com os que menos têm, o que segundo ele significa irmandade, amor e paz.
“Com este mesmo espírito, queremos encerrar o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos homens armados da Renamo”, referiu Nyusi, fazendo ponte para se referir ao encontro que manteve recentemente com o presidente da Renamo, que, tal como disse, “decorreu num ambiente de fraternidade e irmandade”.
“Nós, os moçambicanos, temos o orgulho de ter a comunidade muçulmana cada vez mais presente nos momentos de sofrimento e de alegria”, destacou o Presidente.
Por seu turno, o presidente da Associação Muçulmana de Sofala, Abdul Wahid, falou da assistência prestada pela sua organização religiosa às vítimas dos ciclones tropicais Idai e Kenneth, nas províncias de Inhambane, Sofala, Manica, Tete, Zambézia, Nampula e Cabo Delgado, comprometendo-se a manter a ajuda aos mais necessitados.