Ao todo são quarenta e um milhões, quatrocentos e trinta mil, seiscentos e seis meticais (41.430.646,00MT) que, mensalmente, saem do cofre do Conselho Municipal, somente para gerir o lixo da cidade de Maputo.
O valor de que se fala corresponde a quarenta e três por cento (43%) do orçamento do Município de Maputo.
Por ano seria mais de quinhentos milhões de meticais “só para o lixo”. Uma despesa que contrasta com a realidade no espaço urbano, visto que ainda não se pode considerar Maputo uma cidade limpa. O próprio edil, Eneas Comiche está ciente da necessidade de se melhorar a imagem da capital.
“Este desiderato exige de todos e de cada um de nós uma profunda mudança na nossa maneira de ser e de estar na cidade, em particular no que respeita à gestão dos resíduos sólidos pois, nos últimos anos, temos defendido o princípio dos <3R’s>, ou seja: reduzir a produção de resíduos sólidos, reutilizar embalagens, reciclar”, referiu Comiche.
Eneas Comiche avançou estas informações durante a abertura da segunda sessão da Assembleia Municipal da Cidade de Maputo, esta quarta-feira. A dúvida que Comiche não esclareceu é o que pressupõe a gestão do lixo, que acarreta, a cada mês mais de quarenta milhões de meticais.
O edil de Maputo diz que a despesa é pesada e deve ser alterada. Entreanto, considera mais importante assegurar o brilho da capital.
“Apesar de todo o esforço financeiro e de gestão que temos vindo a empreender, a situação do lixo continua a ser um desafio. Os nossos locais públicos como estradas, passeios, pracetas, parques e jardins, praias, mercados e paragens de transporte público de passageiros continuam a ser focos de concentração de lixo, facto que revela, em parte, a necessidade de revermos a nossa atitude perante o lixo”, reconheceu.
Conviver com lixo passou a ser comum na cidade de Maputo. Vai ser tão diferente a cidade no dia que se conseguir mantê-la brilhante.
De tão natural que é ver o lixo na urbe, qualquer munícipe deixa ao chão qualquer que seja a coisa e quando arrastado pela chuva impede o normal funcionamento das valas de drenagem. Um acto de irresponsabilidade, diz Eneas Comiche, prejudicial à saúde de todos.
Quando o novo elenco tomou posse a sete de Fevereiro passado, o Município de Maputo tinha um saldo bancário de cento e trinta e sete milhões, duzentos e nove mil, duzentos e oitenta e seis meticais e quarenta e quatro centavos (137.209.86,44MT).
Mas também havia uma dívida declarada, muito mais elevada que o saldo disponível. A dívida deixada pelo David Simango e encontrada pelo elenco de Comiche é de duzentos e noventa e três milhões, quinhentos e setenta mil, quatrocentos e três meticais (193.570.403,00MT).
Em dois meses, Eneas Comiche e sua equipa conseguiram arrecadar mais setecentos e vinte milhões e duzentos mil meticais, ou seja, um valor acima da dívida deixada pelo Simango. Dívida que acabou sendo reduzida em trinta por cento.