O general Ossufo Momade foi eleito na madrugada de hoje, na Serra de Gorongosa, em Sofala, presidente do partido Renamo.
De acordo com informações oficiais a que o Noticias Online teve acesso, o vencedor obteve 410 votos, seguido de Elias Dhlakama, que ficou com 238 votos e Manuel Bissopo com 7, Juliano Picardo com 5 e zero votos para Herminio Morais, numa eleição que contou com a presença de 700 delegados
Até então, Ossufo Momamde era coordenador interino da Comissão Política do maior partido da oposição nacional.
O novo presidente da Renamo substitui assim o líder histórico do partido, Afonso Dhlakama, que faleceu recentemente.
Depois da eleição do presidente da Renamo, seguir-se-á a votação do novo secretário-geral do partido e constituído o Conselho Nacional e a Comissão Politica.
Sobre outros temas em debate no Congresso, o seu porta-voz, José Manteigas explicou que o diálogo entre a Renamo e o Governo para pacificação efectiva do país mereceu atenção particular por parte dos participantes, pois, “foi-nos informado sobre o estágio actual do processo”.
Contudo, segundo Manteigas, verifica-se uma ligeira demora devido ao incumprimento de algumas constantes do acordo, principalmente, a ocupação de cargos de chefia nas Forças de Defesa e Segurança (FDS).
“Foi discutido isso no primeiro dia da sessão. Ficou claro que tem que haver uma maior celeridade neste processo para a rápida pacificação efectiva do país. Foi-nos apresentado com detalhes sobre o estágio (do processo) e ficou claro que ainda há muito trabalho por ser feito. Dos 14 oficiais alistados e entregues ao governo, apenas dois é que foram integrados. Portanto, isso ainda é quase insignificante”, afirmou Manteigas durante um breve contacto com jornalistas, que cobrem o Congresso.
Referiu que a morosidade do processo tem estado a comprometer a própria desmilitarização da Renamo.
“Só poderemos entregar as armas se, efectivamente, nos sentirmos seguros e saber que tudo que vem no acordo está ser (respeitado) na íntegra”, sublinhou o porta-voz., acrescentando que “o nosso desejo é ver o país a caminhar rumo ao desenvolvimento e todos reconciliados. Para isso, é importante que haja seriedade por parte do governo e o mais urgente possível encontre solução, para caminharmos rumo a uma paz efectiva”.
Inicialmente, a votação para a eleição do novo presidente e outros órgãos do partido havia sido agendada para quinta-feira, terceiro e último dia do Congresso. Contudo, houve uma alteração na agenda que poderá ter sido causada pela chuva torrencial que se faz sentir na região.
A chuva também está a dificultar a circulação de viaturas devido ao elevado nível de degradação das estradas.