O antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, defende o repatriamento de todos os valores, que poderão estar, ilegalmente, na posse do antigo ministro moçambicano das finanças, Manuel Chang, que, actualmente, se encontra detido na vizinha África do Sul.
Chang é acusado por um tribunal norte-americano de vários crimes financeiros, num escândalo, que envolve mais de dois bilhões de dólares.
Por isso, os Estados Unidos emitiram um mandado de captura contra o antigo governante moçambicano, que é acusado pelos crimes de conspiração, para cometer fraude electrónica, conspiração para cometer fraude de valores mobiliários, conspiração para violar as disposições contra o suborno e controle interno e conspiração para cometer crime de branqueamento de capitais.
Em declarações a Rádio Moçambique, Chissano disse acreditar que as instituições de administração da justiça saberão ir pelo caminho certo para garantir o repatriamento do dinheiro roubado.
“Oxalá que seja repatriado! se houver dinheiro a ser devolvido em Moçambique, seria útil”, disse.
Sobre as estratégias para a recuperação do valor em causa, Chissano disse não ter uma resposta adequada. “Não sei. A pessoa que é posta na prisão pode não ter meios de como devolver o dinheiro. Se houver maneiras de o fazer, não será mau”.
Chissano apontou que, a serem repatriados os valores referidos, Moçambique teria uma sociedade mais pura.
“O essencial, aqui, é que teremos esta missão pela frente. Mas, confio que as instituições da justiça, tanto em Moçambique, na África do Sul, quanto nos Estados Unidos da América vão saber ir pelo caminho da justiça”, referiu.
A Procuradoria-Geral da República de Moçambique (PGR) garante que já está a trabalhar no sentido de recuperar os activos em questão no escândalo financeiro considerado o maior desde a independência nacional, em 1975.
Para o efeito, a PGR contratou peritos internacionais, que vão auxiliar na avaliação dos activos existentes e na identificação e apreensão de activos, ilegalmente, adquiridos pelos arguidos no caso.