Alguns cubanos tiveram um presente de Natal que continua a ser um sonho para muitos dos habitantes da ilha das caraíbas, o acesso à internet em casa.
Estima-se que apenas 5% da população cubana tenha internet em casa, o que requer permissão do governo. Concedida principalmente a académicos, médicos e intelectuais.
Margarita Marquez e Leonor Franco fazem parte do grupo de moradores de 2 mil habitações, no centro histórico de Havana, envolvido no projeto-piloto do Governo que, até março, oferece acesso gratuito à internet.
“Eu nunca tinha tido uma experiência com a Internet, nem mesmo com computação. Só tenho o computador há dois anos. Tinha uma máquina de escrever. Eu sou datilógrafa, mas com máquina de escrever. Com um computador, há apenas dois anos. Agora, a minha vida mudou,” revela a datilógrafa Leonor Franco.
“É maravilhoso. É um sonho que se tornou realidade. Eu tinha algumas coisas na universidade que sempre quis ter em casa e uma delas era a Internet. Quanto mais não seja, para poder enviar e-mails aos meus amigos e família. Isso é importante,” afirma a professora universitária reformada, Margarita Marquez.
A esmagadora maioria dos 11,2 milhões de habitantes de Cuba só tem acesso à Internet em “hotspots” wi-fi, e isto para quem consegue pagar 1,50 dólares por hora, o que representa quase 10% do salário médio mensal do Estado.
Antes de o sinal wi-fi estar disponível, no ano passado, o acesso à Internet em banda larga estava limitado, em grande parte, às salas estatais de Internet e aos hotéis caros.
Em setembro, o governo anunciou ir instalar wi-fi ao longo da popular avenida “Malecón”, em Havana.