Eleito após a morte do então estadista, Agostinho Neto, em 1979, só viria a deixar a presidência angolana, voluntariamente, em 2017.
José Eduardo dos Santos, engenheiro de petróleos, governou Angola por cerca de trinta e oito anos.
A vinte e oito de Agosto de mil e novecentos e quarenta e dois nascia em Sambizanga, Luanda, um cidadão de nome José Eduardo dos Santos.
Filho de um pai pedreiro e mãe doméstica, dos Santos teve o primeiro contacto com os livros no mesmo bairro, antes de ingressar para o então Liceu Salvador Correia, para frequentar o ensino secundário.
Na altura a principal escola, deste nível de ensino, em Angola.
O percurso político de José Eduardo dos Santos forja-se com sua integração em grupos clandestinos nos bairros periféricos da capital Luanda, nos finais de 1950.
Oito anos mais tarde, José Eduardo dos Santos passa a fazer parte do Movimento Popular de Libertação de Angola, MPLA.
Em mil novecentos e sessenta e dois, integra o exército Popular de Libertação de Angola, o braço armado do MPLA.
Um ano depois, torna-se representante do movimento de Brazaville, capital da República do Congo.
Em Novembro do mesmo ano, José Eduardo dos Santos beneficia de uma bolsa para estudar engenharia, no Instituto de Petróleo e gás de Baku, na então União Soviética, de onde saiu com o grau de licenciatura, em Junho de 1969.
Depois da engenharia de petróleos, continuou com os estudos, mas desta vez na área de telecomunicações militares, ainda URSS, o que o habilitou a exercer, de 1970 a 1974, funções nos Serviços de Telecomunicações na 2ª Região Político-Militar do MPLA, em Cabinda.
Em Setembro de 1974, numa reunião realizada no Moxico, foi eleito membro do Comité Central e do Bureau Político do MPLA.
De 1974 a meados de 1975, José Eduardo dos Santos voltou a desempenhar a função de Representante do MPLA em Brazavile.
Em Junho de 1975, passou a coordenar o Departamento de Relações Exteriores do MPLA e, cumulativamente, também o Departamento de Saúde do movimento nacionalista.
Com a proclamação da Independência de Angola, a 11 de Novembro de 1975, foi nomeado ministro das Relações Exteriores.
Nesta função, ele desempenhou um papel fundamental na conquista de reconhecimento diplomático para o governo do MPLA em 1975-76.
O MPLA tinha o poder em Luanda, porém o novo governo do MPLA enfrentava uma Guerra Civil com as outras formações políticas angolanas – tal foi o caso da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA).
No Primeiro Congresso do MPLA em Dezembro de 1977, Eduardo dos Santos foi reeleito para o Comité Central e o Bureau Político.
Em Dezembro de 1978 foi movido do posto de Vice-Primeiro Ministro para Ministro do Planeamento e Desenvolvimento Económico.
Com a morte do primeiro presidente de Angola, Agostinho Neto, a 10 de Setembro de 1979, José Eduardo dos Santos foi eleito Presidente do MPLA a 20 de Setembro do mesmo ano e investido, no dia seguinte, nos cargos de presidente da República Popular de Angola e comandante-chefe das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola, FAPLA.
Também foi eleito Presidente da Assembleia do Povo a 9 de Novembro de 1980.