Publicado na revista científica Anais da Academia Nacional de Ciências, dos Estados Unidos, o estudo indica que quase metade dos peixes capturados em todo o mundo é proveniente de unidades populacionais monitorizadas, e que, em média, aumentou a quantidade de peixe, com as reservas em níveis sustentáveis ou a ser recuperadas com sucesso, apesar de existirem ainda grandes lacunas na informação disponível.
O projeto compilou e analisou dados sobre capturas em todo o mundo e com base nos resultados os investigadores deixam uma perspetiva mais otimista do que aquela prevalente até agora.
"Há uma narrativa de que as reservas estão a declinar em todo o mundo, que a gestão dos bancos de pesca falhou e que precisamos de novas soluções. E isso é totalmente errado", disse o principal autor do artigo hoje publicado, Ray Hilborn, professor da Universidade de Washington.
O investigador frisou que nem todos os 'stocks' de peixe estão em declínio no mundo e que em muitos locais eles estão a aumentar.
O estudo resulta de uma colaboração internacional de uma década de compilação de estimativas sobre a situação de 'stocks' de espécies com valor comercial ou de populações distintas de peixes. Junta dados sobre quase metade das capturas de peixe no mundo e permite perceber a situação em termos de pesca, onde se deve melhorar e quais são os problemas, e ainda onde se está a pescar em excesso e onde há potencial de crescimento de pesca.
A equipa de investigação construiu uma rede de colaboradores em vários países e regiões do mundo e tem dados de locais como o Mediterrâneo, o Peru, o Chile, a Rússia, o Japão ou o noroeste de África. Hoje são cerca de 880 bancos de pesca que estão a ser monitorizados.
Os investigadores reconhecem, no entanto, as lacunas existentes nos dados disponíveis para estudo, admitindo que a maioria dos 'stocks' de peixe no sul e sudeste da Ásia não têm estimativas, quando a pesca na Índia, Indonésia e China representa 30 a 40% das capturas em todo o mundo e não estão a ser avaliadas.
Com base nos resultados conseguidos com a rede de partilha de dados, os investigadores concluíram que a melhor solução para uma pesca sustentável é uma gestão eficaz.