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quinta-feira, 12 dezembro 2019 10:02

Presidente sul-africano diz que cortes de energia são "atos de sabotagem"

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O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, atribuiu hoje a "atos de sabotagem" alguns dos cortes de energia nos últimos dias, dos piores de sempre no país.


"Houve atos de sabotagem, sabotagem que resultou na perda (...) de 2.000 megawatts", afirmou Ramaphosa, que voltou à África do Sul, interrompendo uma visita ao Egito, devido à crise energética no seu país.

A estatal Eskom, que fornece 95% da eletricidade da África do Sul, foi obrigada a adaptar o fornecimento de eletricidade aos seus clientes numa forma rotativa, devido às más condições meteorológicas que afetam a produção.

Na segunda-feira, a situação piorou ainda mais e a Eskom reduziu pela primeira a sua oferta em 6.000 megawatts, para uma capacidade pouco superior a 44.000 megawatts.

"Alguém na Eskom desligou uma infraestrutura (...), causando uma perda de 2.000 megawatts", acusou Ramaphosa, numa conferência de imprensa em Joanesburgo, na qual anunciou a abertura de uma investigação.

A maior parte da eletricidade produzida pela Eskom provém de centrais elétricas a carvão antigas e pouco eficazes, sendo suscetíveis a problemas.

A Eskom justificou a quebra na energia distribuída com as recentes chuvas no país, que molham ainda as reservas de carvão.

Cyril Ramaphosa disse ter recebido garantias da empresa de que não haverá cortes de energia durante a época natalícia, entre 17 de dezembro e 13 de janeiro.

O Presidente ordenou que todos os gerentes da Eskom cancelem as suas férias.

"Se queremos que o sistema seja restaurado, todas as férias até janeiro estão anuladas", disse o chefe de Estado, citado pela agência France-Presse.

O grupo também está estrangulado com uma dívida abissal de 26 mil milhões de euros, sendo que anunciou em julho um prejuízo líquido recorde de 20,7 mil milhões de rands (1,3 mil ME) do ano que fiscal terminado em março passado.

Várias empresas estatais sul-africanas enfrentam sérias dificuldades, resultado de anos de má gestão e alegada corrupção, sob a presidência de Jacob Zuma (2009-2018).

Na semana passada, a South African Airways (SAA), onde o Estado tem vindo a injetar sucessivamente dinheiro público, foi colocada em recuperação, para evitar a falência.

As falhas de energia elétrica estão a ter consequências pesadas sobre a economia do país, sob ameaça de uma nova queda na classificação financeira.

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