O Presidente da Libéria, George Weah, apoia a constituição de um tribunal para julgar os crimes de guerra cometidos durante o conflito que abalou o país entre 1989-96 e 1999-2003.
Ainformação foi divulgada na terça-feira, através de um comunicado de várias organizações do país e internacionais, entre as quais a Human Rights Watch.
Em carta dirigida ao parlamento, datada de 12 de setembro, Weah escreveu: "Apelo ao parlamento que aconselhe e oriente todas as medidas legislativas e outras que sejam necessárias para a aplicação do relatório CVR [Comissão para a Verdade e a Reconciliação], incluindo o estabelecimento do Tribunal para os Crimes de Guerra e Económicos".
Na opinião de Adama Dempster, de uma plataforma de defesa dos direitos humanos no país e do Secretariado para o Estabelecimento de um Tribunal de Crimes de Guerra na Libéria, "o apoio do Presidente Weah a um tribunal para julgar crimes de guerra é um passo importante para as vítimas e para ajudar a garantir que a violência que trouxe tanta dor e perda à Libéria não volta a acontecer".
Durante aqueles anos de conflito armado, os liberianos sofreram o desrespeito generalizado das leis internacionais humanitárias e de direitos humanos, como assassínios de massa, violações e outras forças de violência sexual, execuções sumárias, mutilações e torturas, além do recurso a crianças-soldado.
No seu relatório, a CVR, que trabalhou entre 2006 e 2009, recomendou a criação de um tribunal para julgar crimes de guerra, mas muitas das recomendações da Comissão nunca foram concretizadas.