Entre 1 de janeiro e 3 de agosto registaram-se 188.562 casos, com uma taxa de mortalidade de 0,3%, a mais elevada do Sudeste asiático, de acordo com o último relatório de monitorização de surtos, publicado pelo Departamento de Saúde do governo filipino.
A faixa etária mais afetada pela doença, transmitida pela picada do mosquito 'Aedes Aegypti' situa-se entre os 5 e os 9 anos, com 43.047 casos, ou seja, 23% do total.
As regiões mais afetadas pelo surto são Calabarzón, Mimaropa, Bicol, Visayas ocidental, Visayas oriental, Mindanao ocidental, Mindanao central e Bangsamoro, onde o limiar de epidemia já foi ultrapassado.
Embora a gravidade da situação não seja igual em todo o país, o governo filipino declarou o estado de epidemia nacional no início de agosto devido à rápida disseminação da doença, de modo a que todas as agências governamentais estejam alerta.
A epidemia de dengue fez regressar o debate sobre o uso da Dengvaxia, a vacina contra a doença que foi aplicada a mais de um milhão de filipinos numa intensa campanha de imunização realizada entre 2016 e 2017, especialmente nas escolas.
No entanto, em novembro de 2017, o Governo filipino suspendeu o uso dessa vacina depois do fabricante, a empresa farmacêutica francesa Sanofi, ter admitido que tinha efeitos adversos.
O caso tornou-se um escândalo de saúde após a morte de várias crianças imunizadas, embora não tenha sido possível provar a relação direta da Dengvaxia com essas mortes.
Face à gravidade do atual surto, vários médicos e investigadores têm defendido que se volte a apostar na vacina e o próprio presidente, Rodrigo Duterte, mostrou-se disponível para reconsiderar o uso da Dengvaxia a fim de conter a epidemia.