Cyril Ramaphosa poderá ter esperado tormentos do inferno por parte dos oposicionistas de fatos-macaco vermelhos, e foi exactamente isso que teve na quarta-feira, quando o líder dos EFF, Julius Malema, o felicitou pela sua eleição como Chefe de Estado da África do Sul.
Tudo parecia bastante cordial no início, quando o líder dos Combatentes da Liberdade Económica (EFF) chegou a se referir a Ramaphosa como um “homem de excelente reputação”. No entanto, o tom mudaria logo que Juluis Malema mencionou os “amigos em Stellenbosch” de Cyril - uma das linhas favoritas de ataque do chefe do EFF é ligar o Presidente aos investimentos multimilionários no Cabo Ocidental e em particular naquela região desta província sul-africana.
Julius Malema deixou claro para Cyril Ramaphosa que a ameaça do capital monopolista branco - um termo dado aos poderosos e ricos cidadãos brancos de Mzansi - ainda é algo com o qual o seu partido deveria se preocupar.
“Stellenbosch é um grande problema. Sabemos da sua proximidade com eles e com os Oppenheimers. Você foi eleito, não eles. Estamos a alertar-te Presidente, ouça as pessoas que o elegeram, não o capital monopolista branco. Estamos aqui e estamos a observá-lo”.
Também felicitando Ramaphosa, Mmusi Maimane, líder da Aliança Democrática (DA), mais politicamente correcto, disse esperar uma período de “de boa colaboração”, entre ambos.
Mesmo assim, o líder da oposição sul-africana, prometeu responsabilizar o Chefe de Estado por eventuais falhas no cumprimento das promessas eleitorais.
Também o líder da Frente da Liberdade (VF Plus), Pieter Groenewald, optou por um tom conciliador afirmando que “o povo da África do Sul quer esperança para o futuro”.
“(...) Você é o Presidente de todos os cidadãos sul-africanos. Portanto, deve garantir que os interesses do povo da África do Sul sejam mais importantes do que os interesses do seu partido”, o Congresso Nacional Africano (ANC).
Eleito na quarta-feira pelo Parlamento, Cyril Ramaphosa toma posse no sábado, 25 de Maio.
Dirigindo-se à Assembleia Nacional após a sua eleição sem oposição pelos deputados, Ramaphosa prometeu ser um Chefe de Estado e de governo "em busca de consenso", que não terá medo de tomar "decisões difíceis", mesmo se forem contra certos grupos de interesse. -(THE SOUTH AFRICAN).