As diferenças em função da raça e género diminuíram no Brasil de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), num estudo relevado hoje pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa Económica Aplicada (Ipea).
No entanto, apesar de o resultado ser positivo, o estudo considera que a desigualdade, em termos de rendimentos, afeta principalmente mulheres e negros no país.
"Embora persistentes, as diferenças diminuíram no período quando se observa os dados desagregados por raça e sexo. (...) Ainda assim, brancos ganham cerca de duas vezes mais que os negros: 1.144,76 reais (259,6 euros) contra 580,79 reais (131,6 euros)", adianta o estudo, divulgado na página na internet do Ipea.
O documento, que apresenta uma escala entre zero (baixo desenvolvimento) e um (alto desenvolvimento), refere ainda que "o desequilíbrio entre homens e mulheres também reduziu" e que "o índice de rendimento dos homens caiu de 0,818 para 0,814 e o das mulheres subiu de 0,658 para 0,660".
De acordo com o diretor de Estudos e Políticas Regionais Urbanas e Ambientais do Ipea, Aristides Monteiro Neto, citado pela Agência Brasil, o facto de haver uma diminuição das diferenças em termos de desenvolvimento humano, em função do género, é um "dado interessante, porém trágico", por constatar que o IDH-M das mulheres, apesar de "bastante superior em educação e longevidade, é pior quando relativo a rendimentos".
Perante este cenário apresentado pelo estudo, os investigadores apresentaram algumas orientações ao Governo brasileiro para que faça diminuir a disparidade entre a população.
Dar atenção às políticas sociais, em especial às que visam a qualidade da educação, uma vez que foram essas políticas que "atenuaram os efeitos negativos", faz parte das orientações dadas ao executivo.