O Presidente francês, Emmanuel Macron, reúne-se hoje no Eliseu com ministros e agentes económicos para organizar a concertação nacional anunciada no âmbito das medidas ligadas à crise dos "coletes amarelos".
As modalidades da realização da "grande concertação nacional" devem ser conhecidas esta semana.
O debate, previsto para decorrer até 01 de março, deve apoiar-se nos presidentes de câmara e abordar quatro grandes temas: transição ecológica, fiscalidade, organização do Estado e democracia e cidadania, no qual se inclui a imigração.
O movimento dos "coletes amarelos" convocado por cidadãos nas redes sociais, começou por ser um protesto contra o aumento dos combustíveis em França, transformando-se, à medida que aumentou a adesão popular, num movimento de contestação social contra o custo de vida.
Desde 17 de novembro, e ao longo de cinco sábados consecutivos, muitos milhares de manifestantes invadiram as ruas, com alguma violência, incendiando viaturas e contentores do lixo, arrombando e pilhando lojas por todo o país e entrando em confronto direto com as forças policiais, o que causou centenas de feridos e milhares de detenções.
No dia 10, Macron anunciou quatro medidas para aumentar o poder de compra dos assalariados e pensionistas de rendimentos baixos e médios, com destaque para o aumento de 100 euros do salário mínimo.
O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, admitiu que o Governo não "ouviu suficientemente os franceses" e "cometeu erros" na gestão da crise dos "coletes amarelos" numa entrevista ao jornal Les Echos.
Philippe disse que as medidas para acalmar os protestos vão custar dez mil milhões de euros aos cofres públicos em 2019 e farão crescer o défice até 3,2% do produto interno bruto (PIB).