O banco central sustenta a decisão evocando perspectivas de manutenção da inflação abaixo de dez por cento, a médio prazo, não obstante os elevados riscos e incertezas associados às projecções, com destaque para os efeitos da tensão geopolítica na Europa.
As perspectivas de inflação mantêm-se abaixo dos dez por cento a médio prazo, não obstante a maior pressão no curto prazo, devido ao ajustamento dos preços dos bens administrados.
Em Abril, a inflação anual acelerou para 7,9%, contra 6,7% em Março, a reflectir o aumento dos preços dos combustíveis e dos bens alimentares. Este facto levou o Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique a manter a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 15,25%.
“Esta decisão é sustentada pelas perspectivas de manutenção da inflação em um dígito no médio prazo, não obstante os elevados riscos e incertezas associados à estas projecções, com destaque para os efeitos da tensão geopolítica na Europa” - explica o Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela.
A inflação subjacente, que exclui os preços dos bens e serviços administrados, das frutas e vegetais mantém-se estável. Ainda assim, o governante alerta: “Entretanto, no curto prazo, a inflação continuará elevada, reflectindo o impacto do ajustamento dos preços dos bens administrados”.
Mantêm-se as perspectivas de crescimento económico para 2022 e 2023. No primeiro trimestre de 2022º, produto interno bruto cresceu 4,1%, a reflectir o contínuo alívio das medidas restritivas para a contenção da COVID-19.
Para o médio prazo, antevê-se a manutenção da inflação em um dígito, favorecida, em parte, pela estabilidade do Metical. “O Comité de Política Monetária considera que as perspectivas macroeconómicas recentes estão em linha, com a manutenção do actual nível da Taxa MIMO no curto prazo, de forma a garantir uma inflação baixa e estável, que constitui o principal objectivo do Banco de Moçambique” – clarifica Zandamela.
O Banco Central diz ainda que os riscos e incertezas associados às projecções de inflação continuam elevados. A nível interno, realçam-se as incertezas quanto à magnitude do aumento dos preços dos bens administrados, com destaque para o combustível e seus efeitos sobre os preços de outros bens e serviços.