A Direcção Executiva do Grupo Banco Mundial aprovou terça-feira um montante na ordem de 57 milhões de dólares para o Projeto de Interconexão Energética Regional Moçambique-Malawi.
O projecto vai ligar os sistemas de transmissão de energia de Moçambique e Malawi para permitir que ambos os países se envolvam no comércio bilateral e regional de energia no âmbito do Pool de Energia da África Austral (SAPP).
Do montante, Moçambique receberá 42 milhões de dólares, como uma doação da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA). O Malawi receberá um crédito equivalente a 15 milhões de dólares da mesma entidade.
Além disso, Moçambique deverá receber uma doação de 24 milhões de dólares de um fundo fiduciário do Governo da Noruega, administrado pelo Banco Mundial, juntamente com uma doação de 20 milhões de euros do governo da Alemanha.
O Malawi receberá 20 milhões de euros adicionais, através de uma subvenção da União Europeia (UE). As subvenções da UE e do Governo da Alemanha são administradas pela Kreditanstalt fur Wiederaufbau (KfW).
“O novo projecto de interconexão regional Moçambique-Malawi estabelecerá um elo de transmissão entre os dois países para atender à crescente demanda de electricidade no Malawi e criar oportunidades de comércio no SAPP”, disse Dhruva Sahai, especialista financeiro sénior e líder da equipa do projecto.
Entre os seus principais empreendimentos incluem-se a construção de 218 quilómetros de linha de transmissão de corrente alternada de alta tensão de 400 kV, sistemas de conexão e infra-estruturas associadas como obras de subestações, começando em Matambo, na província de Tete, até Phombeya no distrito de Balaka, no sul do Malawi. Segundo uma nota de imprensa do Banco Mundial, com estes investimentos famílias, empresas e agricultores do Malawi vão ter acesso mais confiável à electricidade, vital para melhorar a produtividade e a competitividade do país nos mercados doméstico e regional, enquanto a concessionária pública de Moçambique,EDM, poderá ver reforçadas as suas receitas em divisas, permitindo deste modo que sejam utilizadas nos contínuos esforços de eletrificação doméstica.
“Este é um projecto importante para a região. Criará condições para expandir o acesso a milhões de pessoas na região, que vivem sem electricidade e ajudará, por outro lado, a descarbonizar os sistemas de energia na região da África Austral, que actualmente são dominados pela geração a carvão”, disse Deborah Wetzel, directora do Banco Mundial para Integração Regional em África, Médio Oriente e Norte da África.
A SAPP é o primeiro e o mais avançado grupo de energia do continente, fornecendo uma alternativa para o comércio bilateral de energia. Este projeto financiará a primeira interconexão do Malawi ao SAPP, o que é uma prioridade desde o início dos anos 2000, com várias tentativas de o traduzir em realidade.