Se o lançamento for bem-sucedido, a constelação vai contar com pelo menos 180 satélites em órbita, depois de dois lançamentos de 60 cada um em 2019, parte dos quais contudo avariaram.
A Planet Labs, baseada em San Francisco e que fotografa toda a Terra em alta resolução, todos os dias, tem cerca de 140 satélites ativos em órbita, o que constitui a maior constelação ativa nos dias de hoje.
A SpaceX utiliza os seus próprios foguetões Falcon 9, que são reutilizáveis, e prevê uma cadência de lançamentos inédita, com mais dois até ao final de janeiro.
Em setembro, uma dirigente da SpaceX afirmou que esperava realizar dois lançamentos mensais em 2020, apesar de haver quem entenda que a sociedade não tem o 'músculo' financeiro e técnico para tal.
No total, a empresa fundada por Elon Musk já pediu autorização para enviar até 42 mil satélites, número totalmente hipotético atualmente.
Mas a SpaceX declarou que o seu serviço de internet estaria operacional em 2020 para o Canadá e o norte dos EUA e que o resto do mundo seria coberto progressivamente depois, à medida que os lançamentos fossem sendo feitos.
Se a sua constelação se concretizar, a SpaceX vai ter mais satélites em atividade que o conjunto dos outros operadores do mundo juntos, civis e militares, cujos aparelhos devem totalizar cerca de 2.100.
Os pequenos satélites Starlink, com cerca de 300 quilogramass, equipados com um painel solar, são fabricados, equipados e lançados pela SpaceX. São largados por um foguetão a 290 quilómetros de altura e levam um a quatro meses para atingir a sua órbita operacional de 550 quilómetros.
O lançamento está previsto para as 02:19 de hoje (hora de Lisboa), a partir de Cap Canaveral, no estado da Florida.
A altitude relativamente baixa de 550 quilómetros deve permitir um tempo de resposta mais rápido que os satélites de telecomunicações tradicionais, que voam a uma órbita geoestacionária a 36 mil quilómetros. Este tempo reduzido é crucial para os jogos vídeo ou as conversações por vídeo.
A malhagem do céu deve ser densa o suficiente para que vários satélites Starlink estejam sempre em ligação direta com o associado.
O lançamento do primeiro aparelho em maio de 2019 tinha provocado inquietação na comunidade dos astrónomos, porque o 'comboio' de 60 satélites era claramente visível no céu noturno, com a luz do Sol a refletir-se nos aparelhos em altitude. A ideia de mais uns milhares a juntarem-se a estes fez recear um céu arruinado para sempre para as observações astronómicas.
Depois de ter minimizado as críticas, Elon Musk reconheceu a sua legitimidade. Um dos 60 satélites a lançar hoje tem um tratamento diferente da sua superfície, para que reflita menos a luz.
"Mas a SpaceX ainda não tranquilizou os astrónomos", disse Laura Seward Forczyk, analista do setor espacial, à AFP. Vão ser precisos vários dias para comparar esta nova versão dos satélites Starlink com a precedente.