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Naufrágio em Cabo Delgado faz 6 mortos em embarcação que fazia o trajecto Ilha das Quirinbas – Tandanhangue, no distrito de Quissanga.
O barco transportava 50 passageiros, sendo que um número ainda não especificado já foi resgatado com vida.
Mais detalhes sobre o incidente no Telejornal as 20 Horas.

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Em Nampula, populares furiosos invadem espaços no bairro de Muahivire, povoado de Mutotope, alegadamente por considerarem corredor da morte face aos constantes assassinatos perpetrados por desconhecidos na calada da noite.
A polícia da Republica por um lado confirma a morte de 2 cidadãos naquele local, por outro, diz tratar-se de um conflito de terras em que as comunidades pretendem apropriar-se de forma ilegal.

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O Presidente da Comissão de Justiça e Paz da Igreja Católica em Moçambique, classifica a morte de Afonso Dhlakama, como um grande retrocesso na democratização do país.

Dom Luís Lisboa, diz que este deve ser momento de reflexão e serenidade para toda a sociedade moçambicana, para que o processo de paz não ande à retaguarda.

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A Comissão de Controle de Legalidade que trabalhou recentemente na província de Gaza, diz não ter constado nenhuma evidência da existência de traficantes de órgãos de seres humanos naquela parcela do país.

Segundo o Ministro da Justiça, Isac Chande, os tumultos que ocorreram na província de Gaza são consequência de boatos cujos promotores já estão à contas com a justiça.

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sexta-feira, 04 maio 2018 16:45

Quem foi Afonso Dhlakama?

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Afonso Dhlakama liderou a Renamo desde a morte de André Matsangaíssa, fundador do movimento, em 1979.

Dhlakama tornou a Renamo no maior partido da oposição e morre numa altura em que estava a alcançar consensos com o Presidente da República Filipe Nyusi, em torno da descentralização e dos assuntos militares que compreendem o Desarmamento, a Desmobilização e a Reintegração dos homens armados da Renamo.

Jovem soldado das Forças Armadas de Defesa de Moçambique em 1975, Afonso Dhlakama viria a abandonar o exército governamental para se juntar em 1976 a Resistência Nacional de Moçambique, RNM, o movimento armado criado com o apoio do regime minoritário da então Rodésia do Sul. Após a morte de André Matsangaissa em combate e depois de uma luta pela sucessão, Dhlakama tornou-se Presidente do Movimento de oposicao ao Governo da Frelimo.

A guerra entre a Renamo e o exército governamental durou 16 anos durante os quais Dhlakama se manteve a liderar a Guerrilha. Nos finais da década de 80, Dhlakama negoceia o fim da Guerra, tendo assinado após longo período de conversações em Roma na Itália, o acordo geral de paz com o Presidente Joaquim Chissano a 4 de Outubro de 1992, um acordo que pos fim a guerra de 16 anos e destruiu a economia e infra-estruturas, tendo provocado a morte de milhares de civis.

Desde 1992, a Renamo passou a ser um partido político. Afonso Dhlakama concorreu às primeiras eleições gerais presidenciais mas só obteve 33,7% dos votos contra 53,3 de Chissano. Em Dezembro de 1999 Dhlakama voltou a concorrer e perdeu novamente para Chissano. Dhlakama e o seu partido contestaram as eleições e cerca de um ano depois, em Novembro de 2000, a Renamo organizou manifestações violentas pelo país. Apesar da retoma do diálogo com o Presidente Joaquim Chissano no inicio de 2001, Dhlakama reafirmou que não reconhecia Chissano como Presidente da República de Moçambique e solicitou a recontagem dos votos nos quais havia perdido por uma margem mínima de 200 mil votos.

Em Novembro de 2003, a Renamo perdeu novamente para a Frelimo e Dhlakama solicitou mais uma vez ao Conselho Constitucional a impugnação dos resultados alegando irregularidades no processo eleitoral autárquico, razoes que evocaria nas derrotas presidenciais de 2004 e 2009 para Armando Guebuza.

A falta de consensos no diálogo com o Presidente Armando Guebuza, levou Afonso Dhlakama a abandonar a capital do país para se instalar em Nampula e de seguida para Santunjira, localidade de Vunduzi, distrito de Gorongosa, na Província de Sofala. Afonso Dhlakama ameaçou dividir o país, e a Renamo protagonizou ataques armados no centro do país, sobretudo ao longo da Estrada nacional numero 1.

O ataque das forças governamentais ao quartel-general da Renamo em Santunjira, levaram Dhlakama a refugiar-se num local incerto. Após um período de incertezas, Afonso Dhlakama reapareceu em público, recenseou-se e anunciou que iria concorrer para as eleições de 2014. As eleições tiveram lugar a 15 de Outubro de 2014 e Dhlakama voltou a perder desta vez para o candidato da Frelimo, Filipe Nyusi. Mais uma vez, Dhlakama contestou os resultados e anunciou que iria governar nas províncias onde o partido tinha ganho nas legislativas. Após três atentados contra a sua vida a 12 de Setembro de 2015, a 25 de Setembro do mesmo ano e a 02 de Outubro de 2015, Dhlakama aceitou o diálogo com o Presidente Filipe Nyusi. Durante mais de um ano, as conversações não registaram avanços e o Presidente Filipe Nyusi anunciou um novo modelo de diálogo mais directo com Afonso Dhlakama.

Após um ano de diálogo, o Presidente Filipe Nyusi deslocou-se por duas vezes a Gorongosa para acertar os pontos sobre a descentralização. Em 2017, foram anunciados consensos no diálogo e o pacote de descentralização foi submetido ao Parlamento pelo Presidente da República.

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