Credit Suisse arrisca à multa de até 300 milhões de dólares
A consultora Bloomberg Intelligence considera que o banco Credit Suisse, apesar de não ter sido acusado pela Justiça norte-americana, arrisca-se a pagar até 300 milhões de dólares pelo envolvimento no escândalo das dívidas ocultas em Moçambique.
“Apesar de a acusação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos admitir que os banqueiros contornaram os controlos internos do banco, a má conduta dos indivíduos ainda pode ser imputada ao Credit Suisse, porque os banqueiros agiram, alegadamente, no âmbito do seu emprego no Credit Suisse”, escrevem os analistas, que apoiam também a agência de informação financeira Bloomberg.
“Estimamos um acordo potencial com as autoridades norte-americanas de 100 a 300 milhões de dólares”, vincam os analistas.
Para estes analistas, os banqueiros Andrew Pearse, Surjan Singh e Detelina Subeva tiveram “a intenção, pelo menos, parcialmente, de beneficiar o banco para que trabalhavam”, pelo que as autoridades “podem também procurar perseguir o Credit Suisse, por violação das regras de investimento nos mercados financeiros e falhanço de parar a alegada má conduta, apesar da existência de bandeiras vermelhas”.
O banco, sublinha, "fica mal na fotografia", apesar de não ter sido acusado, "porque tem exposição e faz lembrar o problema de mil milhões de dólares do Goldman Sachs, mas em menor escala".
O valor de 100 a 300 milhões de dólares é encontrado somando as taxas e comissões, que o banco Credit Suisse teria de devolver, às penalizações em que pode incorrer se a Justiça norte-americana decidir ir atrás do banco suíço.
"As taxas do Credit Suisse ligadas aos empréstimos de Moçambique podem sugerir um acordo potencial com as autoridades norte-americanas de 100 a 300 milhões de dólares", escrevem, explicando que "a acusação contra os banqueiros afirma que o banco ganhou comissões de 44 milhões num dos empréstimos de 372 milhões de dólares" à ProIndicus.
"Isso pode implicar taxas totais de cerca de 100 milhões para o total de mil milhões que o Credit Suisse emprestou nesses negócios", dizem os analistas, concluindo que "o acordo potencial pode incluir a devolução das taxas e uma multa que pode ir até ao dobro do montante das comissões cobradas".
Como o banco está "a cooperar com as autoridades e a trabalhar com os investidores dos títulos de dívida soberana, para reestruturar a dívida, as penalidades podem ser mitigadas devido a estes dois fatores", opinam os analistas.
Ler maisDetenções na cidade de Maputo: GCCC deteve ontem, 7 arguidos do processo-crime 81/GCCC/17-IP
Gabinete Central de Combate à Corrupção deteve ontem, sexta-feira, sete dos doze arguidos acusados de envolvimento no desaparecimento de valores monetários na Direcção da Migração da Cidade de Maputo.
Dos sete arguidos, cinco são funcionários que ocupam cargos de chefia e de caixa na Direcção da Migração e dois são colaboradores de um Banco Comercial da praça.
Ler mais
Economia moçambicana em 2019: Governador do BM garante que a inflação vai manter-se em um dígito
O Governador do Banco de Moçambique diz que os resultados positivos alcançados em dois mil e dezoito dão indicações claras de que dois mil e dezanove será um ano com impacto positivo na vida económica dos moçambicanos.
Rogério Zandamela diz que a economia moçambicana já conseguiu sair da dependência exclusiva do sector da extração mineira.
Ler maisReforma estrutural em 2019: Governo institui Fundo de Pensões de Funcionários do Estado
O Governo vai criar e autonomizar o Fundo de Pensões dos Funcionários do Estado.
A medida visa eliminar o pagamento de pensões aos funcionários através do Orçamento do Estado.
Governo moçambicano destacado pelo FMI por ter priorizado áreas sociais
O Representante Residente do FMI em Moçambique considera que o Orçamento Geral do Estado para 2019 teve mérito pelo facto do Governo do Presidente Nyusi ter priorizado investimentos em sectores sociais, como a saúde e educação.
Ler mais