A ChinaFile, uma revista digital norte-americana do Centro de Relações Estados Unidos- Rússia, parte da Organização Não Governamental Asian Society, diz que Angola é o país africano que mais tem beneficiado dos empréstimos concedidos pela República Popular da China nos últimos 16 anos. Luanda terá recebido, de acordo com uma investigação levada a cabo pela publicação digital, mais de 10 mil milhões de euros, em particular nos setores dos transportes, com 20%, e a produção e abastecimento de energia, com 18%. No entanto, a sociedade civil, diz a ChinaFile, citada pela agência Lusa, recebeu apenas, em 16 anos, cerca de 600 milhões de euros. A China consolidou-se como um dos principais investidores do mercado Angolano depois do fim da guerra civil naquele país africano, em 2002, impondo-se a investidores tradicionais como Portugal, o Brasil, a França e os Estados Unidos. Os investimentos chineses podem ser encontrados em setores considerados fundamentais para o desenvolvimento económico do país, desde as estradas aos caminhos de ferro e pontes e viadutos. Por outro lado, a China afirmou-se como o principal importador do petróleo produzido no mundo e em Angola, matéria essencial para a economia do país. Pequim obteve ainda, segundo a publicação ChinaFile, condições favoráveis para a exploração de minérios em Angola. Vivem, em todo o continente Africano, cerca de 1 milhão de chineses, 250 mil dos quais em Angola, um dos países com a maior concentração de pessoas oriundas do país asiático no região. Outros dos países que mais beneficiaram dos empréstimos chineses encontram-se o Sudão, o Gana e a Etiópia. Desde o ano 2000, África terá recebido da China pelo menos 90 mil milhões de euros, um valor que rivaliza com os montantes investidos pela primeira economia do planeta, os Estados Unidos, que investiu 94,5 milhões de euros.