Mais de dois milhões de pessoas, incluindo mulheres grávidas, vivem com HIV/ SIDA em Moçambique.
Deste número, um milhão e novecentos mil são adultos e cento e vinte e quatro mil são crianças.
Moçambique registou noventa e quatro mil novos casos de infecção pelo HIV. Trinta quatro mil dos infectados perderam a vida.
Marta Bazima, Directora da ONUSIDA em Moçambique, diz que as emergências amplificam a vulnerabilidade à infecção pelo HIV, especialmente para os grupos como mulheres e crianças.
“Moçambique está extremamente afectado pela epidemia do SIDA, tem a segunda maior epidemia a nível da sub-região da África Subsariana, tem também uma percentagem muito elevada de transmissão vertical. As elevadas taxas de infecção pelo HIV aumentam a vulnerabilidade da população” – explica.
O Secretário executivo do Conselho Nacional de Combate ao SIDA, Francisco Mbofana, diz que os factores que determinam a transmissão do HIV durante emergências humanitárias são complexos.
“As mulheres e crianças ficam mais vulneráveis à epidemia do HIV, mas também à perda de meios de subsistência e a falta de emprego podem resultar no aumento do trabalho e exploração sexual. O deslocamento em massa da população pode levar à separação familiar e a desagregação da estrutura social e das normas que regulam o comportamento. Daí que nessas situações o comportamento de risco não é surpresa”.
Francisco Mbofana acrescenta que a insegurança alimentar das pessoas vivendo com HIV, quando deslocadas dos seus locais habituais de residência pode afectar a adesão ao tratamento.