Hipertensão arterial: Doença afecta quatro em cada dez adultos em Moçambique

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Quatro em cada dez adultos sofrem de hipertensão arterial em Moçambique.

Acidente Vascular Cerebral (AVC), problemas cardíacos e problemas nos rins são os riscos para quem não trata a tensão alta.

Ultimamente a doença está a afectar cada vez mais os jovens.

 

Sheila Tualufo, do Departamento de Doenças Não Transmissíveis do Ministério da Saúde: “A hipertensão é assintomática, não dá nenhum sintoma, então alguns ficam a pensar porque tenho que tomar a medicação quando não tenho nenhum sintoma?

Aí reside o perigo. O silêncio traiçoeiro da doença distrai e as consequências da hipertensão arterial não tardam a surgir. Foi o que se deu com a nossa fonte anónima.

Há catorze anos que lida com isso?

– Sim!

– Nos últimos 14 anos mudou o seu estilo de vida? O que tem feito?

– A pressão arterial altera de um certo modo o estilo de vida de uma pessoa. Quando fazia consulta no Hospital José Macamo ia lá em crises hipertensivas, então acabei tendo uma transferência já para um especialista.

Diagnóstico simples, mas trabalhoso. É preciso repetir quantas vezes necessárias até que haja certeza médica de que a pressão do sangue no corpo é realmente alta.

“Cumprir um período de mais ou menos 4 a 8 semanas e voltamos a avaliar a pressão arterial. Se ao fim desse período de 4 a 8 semanas a pressão continuar alta, então nos instituímos, neste caso, o tratamento medicamentoso” – explica o médico cardiologista, Reginaldo Banze.

A Pressão Alta ou hipertensão está no grupo das chamadas doenças não transmissíveis, as que mais matam no mundo. São 41 Milhões de óbitos por ano, 70% de todas mortes registadas no planeta, segundo a Organização Mundial de Saúde. E agora uma preocupação: em Moçambique os casos tendem a aumentar, como o diz Sheila Tualufo:

“Ao longo de dez anos houve um aumento significativo da prevalência da hipertensão arterial de 33% para 39%, na prática estamos a dizer que 4 em cada 10 adultos são hipertensos, é muita gente. É mais preocupante ainda que apenas 15% dos hipertensos é que sabem que tem hipertensão arterial, ou seja, a maioria não está ciente da sua doença”.

O desconhecimento impede o tratamento. Moçambique está entre os dez países do mundo com menor taxa de tratamento da hipertensão.

Se, por um lado, a idade é considerada um factor do risco, por outro a teoria vai caindo por terra, tal como explica Sheila Tualufo: “Num dos estudos que foram feitos na comunidade, percebemos que a prevalência da hipertensão arterial em pessoas de 15 a 24 anos é de 13%, é muito alta para uma faixa etária tão jovem, então mesmo os jovens tem que começar a se preocupar com esta doença”.

Há cada vez mais gente que migra dos campos para a cidade e quando se chega aqui a zona urbana a alimentação fica descontrolada, a vida é sedentária. Há também consumo excessivo de álcool entre os vários factores avançados pela saúde como sendo as causas para o elevar de casos de hipertensão arterial no país. Ivo Amone, Rochete Libombo, TVM.


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