Os próximos quinze dias serão determinantes para o agravamento ou relaxamento das medidas emanadas no Decreto Presidencial número11/2020, sobre o estado de emergência, visando reduzir a propagação da Covid-19.
A posição foi assumida, ontem, pelo Presidente da República(PR), Filipe Nyusi, que na sua declaração à nação, defende a adopção individual das medidas de prevenção do novo Coronavírus para salvar o país de uma catástrofe.
Nyusi aponta que, na ausência de medicamento e vacina para prevenção, a implementação das medidas decretadas no contexto da emergência constitui a única janela de oportunidade para que o país não passe por situações catastróficas observadas em outros pontos do mundo.
“Evitar a catástrofe depende das acções de cada um de nós. Os indicadores estão a cada vez mais a subir e a pandemia está a expandir-se ao longo do país. Pois vejamos, temos 80 casos positivos em Cabo Delgado, 23 na cidade de Maputo, oito na província de Maputo, seis em Sofala e dois em Inhambane”, afirmou.
O chefe de Estado sublinha que a não observância das medidas de prevenção reduz ou frustra a expectativa dos moçambicanos, o que poderá forçar o governo a adoptar decretar, nos próximos dias, medidas mais duras e apertadas.
“A prevenção desta pandemia tem responsabilidade partilhada, pois se o outro não observa as medidas, pode prejudicar o próximo, diferentemente de outras doenças onde a responsabilidade individual tem maior peso”,acrescentou.
No balanço da implementação do Estado de Emergência, Nyusi aponta para uma redução do movimento migratório nos principais pontos de entrada do país, crescimento progressivo do uso de máscaras nos espaços públicos, com destaque para o transportes de passageiros.
Nota-se ainda um aumento da testagem dos casos suspeitos de Covid-19, de cerca de 180 testes realizados, em finais de Março, para um pico de 359, na última quinta-feira, para além de uma redução ligeira da mobilidade de pessoas nos centros urbanos.
Entretanto, segundo o PR, verifica-se um incumprimento das restrições de concentração de pessoas em eventos sociais públicos e privados, bem como de crianças nos bairros, mercados e transportes semi-colectivos de passageiros, sobretudo nas horas de ponta.
Nyusi disse estar ciente de que a declaração do Estado de Emergência , abriu mais canal transmissão dos seus efeitos sobre economia nacional, levando ao redimensionamento dos diversos sectores de actividade, envolvendo cortes no efectivo laboral.
“Por via desta situação, veio o impacto negativo sobre o consumo e a incerteza sobre o futuro, o abrandamento das expectativas de investimento reforçando a quebra da procura e ampliando os efeito da pandemia nos sectores da nossa economia”, reconheceu.