O diretor de consumo da Huawei Portugal, Tiago Flores, disse hoje à Lusa que a marca tem “forte penetração” no mercado português e que no 5G a tecnológica chinesa “estará na ponta da frente da oferta de portefólio”.
Tiago Flores falava à Lusa após o presidente executivo da Huawei Consumer Business Group, Richard Yu, ter apresentando hoje, em Barcelona, na conferência de imprensa virtual “Juntos, a conectar possibilidades”, um conjunto de novidades, entre os quais o novo ‘smartphone’ dobrável da marca preparado para o 5G.
“O 5G é uma nova tecnologia que vai trazer novas possibilidades não só às empresas como também aos consumidores”, afirmou Tiago Flores.
“Acreditamos que durante este ano muitos consumidores irão migrar os seus ‘smartphones’ para esta nova tecnologia [5G] onde, obviamente, a Huawei estará na ponta da frente da oferta de portefólio”, salientou o diretor de consumo da tecnológica.
Questionado sobre se a marca tem sentido, nos últimos meses, algum abrandamento das vendas em Portugal devido ao conflito que existe entre os Estados Unidos e a Huawei, Tiago Flores afirmou que “não”.
“Mantemos uma forte penetração no mercado nacional, a confiança dos consumidores na marca tem sido reforçada e nós acreditamos que estas novas tecnologias, estes novos produtos, vão continuar a suportar” a marca no mercado português, prosseguiu.
“Estamos focados no consumidor entregando a melhor experiência de ‘hardware’ e software'”, sublinhou.
A Huawei lançou o primeiro ‘smartphone’ 5G em Portugal em agosto do ano passado e, de acordo com o responsável, os consumidores já estão a apostar na compra destes telemóveis preparados para a quinta geração móvel.
“Lançámos o primeiro equipamento 5G no ano passado, estamos preparados [para a quinta geração móvel], somos um dos líderes da tecnologia 5G e este ano vamos continuar a apresentar novos equipamentos também prontos para receber o 5G”, salientou.
“O Mate Xs [‘smartphone’ desdobrável] que foi lançado hoje estará preparado para receber esta nova tecnologia em Portugal” e vai estar disponível no mercado português a partir do próximo mês, disse.
“Este é o nosso segundo telemóvel em Portugal de 5G”, acrescentou Tiago Flores, sublinhando que “há uma crescente procura deste tipo de equipamentos”.
Além dos ‘smartphones’, a Huawei está também a “alargar o ecossistema”, o que inclui computadores, ‘tablets’ e dispositivos conectáveis ‘wearables’ – desde relógios a auriculares, entre outros.
Por exemplo, o ‘tablet’ que hoje foi apresentado também tem “uma versão 5G que também vai estar em Portugal”, acrescentou.
“Acreditamos que durante este ano o consumidor vai ter, do ponto de vista da Huawei, uma oferta muito mais avançada”, considerou Tiago Flores.
No ano passado, um em cada três ‘smartphohes’ comprados em Portugal foram Huawei, de acordo com a empresa, que está confiante que as vendas da marca continuarão a crescer em 2020, nomeadamente com o arranque do 5G, o qual está previsto em meados deste ano.
Na semana passada, o diretor executivo da Huawei, Ryan Ding, anunciou que a empresa quase duplicou o número de contratos para fornecer redes de nova geração 5G desde junho de 2019, de 50 para 91.
A Huawei está no centro de uma ‘guerra’ entre os Estados Unidos e a China, com Washington a querer ver a empresa banida da 5G.
Os Estados Unidos acusam a Huawei de alegada espionagem e roubo de dados, algo que tem sido refutado pela tecnológica chinesa.
Até agora, nenhum país da União Europeia baniu a Huawei das redes de 5G, embora países como Reino Unido e França tenham imposto restrições, algo que mesmo assim desagrada a Washington.
Em 18 de fevereiro, o responsável pela política cibernética do Departamento de Estado norte-americano, Robert Strayer, afirmou, em entrevista à Lusa, estar confiante que a longo prazo as operadoras portuguesas implementem “apenas” tecnologia fiável, deixando de trabalhar com a Huawei.
Em dezembro de 2018, por ocasião da visita a Lisboa do Presidente chinês, Xi Jinping, foi assinado um memorando de entendimento entre a Altice Portugal e a Huawei, empresa que marca presença em Portugal desde 2004.