A Polícia da República de Moçambique (PRM), a nível da província da Zambézia, está a trabalhar com vista a neutralizar um grupo de cinco indivíduos que, na madrugada de ontem, incendiou, com recurso a gasolina, uma residência na cidade de Quelimane.
Segundo dados em nosso poder, a residência incendiada é propriedade da mãe de Manuel de Araújo, candidato a governador da província da Zambézia pela Renamo, sem, no entanto, causar danos humanos.
Na altura do atentado, segundo o porta-voz do comando provincial da Polícia, Sidner Lonzo, citando relatos do guarda da casa, a mãe de Manuel Araújo não se encontrava na residência, localizada no populoso bairro suburbano de Coalane II, na cidade de Quelimane.
Do incêndio resultou a destruição parcial da residência, sobretudo a parte interior.
De acordo com relatos no local, a única ocupante da residência, uma menor com cerca de quatro anos, escapou com vida, salva pelo guarda, que terá conseguido soltar-se após a retirada dos indivíduos.
O porta-voz da PRM, que esteve hoje no local, disse à AIM que no local foram colhidos indícios pela equipa de peritagem do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), que poderão constituir matéria de investigação.
“É prematuro avançar se há ou não pistas, as equipas estão no terreno a trabalhar a todo o gás, com vista a esclarecer este caso, o mais rápido possível”, afirmou Lonzo.
“A única informação que pode ser ainda aprofundada é o facto destes, quando da imobilização do guarda, terem referenciado que vinham da cidade da Beira (província central de Sofala) e vinham, especificamente, com a missão de tirar a vida à proprietária desta residência”, disse.
Ainda citando relatos do guarda, que vivenciou a situação, a fonte policial disse que o grupo deixou no local uma catana e 10 panfletos com imagens da Renamo, o seu presidente, Ossufo Momade, e de Mariano Nhongo, líder da auto-proclamada “Junta Militar” da Renamo.
“Em frente da fotografia do senhor Mariano Nhongo estava um X, simbolizando que deve-se votar em Mariano Nhongo”, acrescentou.
A auto-proclamada “Junta Militar” é uma ala interna do partido Renamo. Nasceu em Agosto passado da contestação interna do actual presidente daquela formação política, Ossufo Momade, a quem não reconhece legitimidade de dirigir o partido.
O grupo, liderado por Mariano Nhongo, acusa Momade de ter beneficiado, no processo de desarmamento, desmobilização e reintegração acordado com o governo, amigos e familiares, em detrimento dos “verdadeiros guerrilheiros” da Renamo.