A IMPLEMENTAÇÃO de programas de fomento de culturas agrícolas é um dos modelos em que o sector privado deve apostar para impulsionar a produção e produtividade, garantindo também a qualidade dos bens obtidos.
Esta visão é do director-geral do Instituto de Cereais de Moçambique (ICM), Mohamed Valá, que ontem falou, em Ricatla, distrito de Marracuene, sobre as oportunidades de negócio e mercados no sector da Agricultura em Moçambique, num seminário organizado no quadro da 55ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM).
A fonte apontou exemplos bem-sucedidos no fomento da agricultura, como são os casos do tabaco e do algodão, afirmando que acredita que a réplica destes modelos para culturas como o milho, gergelim, soja e outros produtos, pode gerar rendimentos para o sector privado.
Salimo Valá deixou claro que o ICM nunca voltará a ser como a AGRICOM, referindo-se à antiga empresa estatal que liderava os processos de comercialização agrícola em Moçambique.
A AGRICOM, para além de possuir um parque de transportes, detinha infra-estruturas de armazenamento e ainda um capital para a aquisição de produtos no campo, configurando-se como actor principal da comercialização agrícola.
Valá considera que, agora, o ICM, em representação do Estado, actua e deve continuar como facilitador e árbitro nos processos de comercialização.
Durante o conferência, o director do Instituto de Cereais de Moçambique fez saber que depois de um período não muito bom para o feijão boer, há agora bons sinais no mercado, sobretudo devido à subida dos preços na Índia, principal consumidor deste produto.
A fonte apontou que o milho também está a ser comercializado em alguns pontos do país, a preços que ultrapassam os 15 meticais o quilograma, o que também é compensatório para os agricultores.
Os altos preços também estão a ser praticados na comercialização do gergelim e da soja, o que no entender de Valá está a deixar alguns ganhos ao agricultor.
Mohamed Valá mostrou-se preocupado com o facto de grande parte da população continuar a praticar a agricultura de subsistência, o que não gera grandes rendimentos na comercialização dos excedentes.
O director-geral do ICM fez saber que a sua instituição está a encetar negociações com algumas empresas, sobretudo as ligadas à produção de rações, para que deixem de importar milho da África do Sul, apostando na produção interna.
Durante o seminário foram também abordado o tema “Desafios da Certificação para as Pequenas e Médias Empresas (PME)”, sobre o qual falou Geraldo Albasini, director-geral adjunto do Instituto Nacional de Normalização de Qualidade, que convidou as empresas nacionais a certificarem os seus serviços e produtos, de modo a terem garantia necessária para aceder aos mercados nacionais e internacionais.