Há mais novidades sobre a primeira queda de um Boeing 737 MAX,
em outubro passado.
Em outubro passado, o voo JT610 da indonésia Lion Air despenhou-se no mar, poucos minutos após ter partido de Jacarta. Morreram 189 pessoas. Este é um caso que já estava sob investigação e que ganhou novo relevo, após a recente queda de um aparelho da Ethiopian Airlines, com 157 pessoas a bordo. Em comum, os dois desastres aéreos têm um modelo de avião, o Boeing 737 MAX.
A Reuters revela que contactou três fontes diferentes, que já tiveram oportunidade de ouvir os conteúdos audio que constavam da caixa negra do voo da Lion Air, que se despenhou em outubro.
No audio que ainda não foi divulgado publicamente, é possível ouvir os pilotos à procura de uma solução no manual.
Um “problema no controlo de voo” foi identificado apenas dois minutos após o aparelho ter deslocado. No cockpit, acrescenta a Reuters, o avião terá dado conta de um problema com a velocidade, problema esse que surgia identificado no mostrador do comandante de bordo mas não no mostrador do copiloto.
A dada altura ouve-se o piloto pedir ao colega para ver o manual do avião, especificamente por eventos descritos como anormais ou invulgares.
Durante nove minutos os pilotos lutaram para tentar manter a altitude de avião a cinco mil pés, ao mesmo tempo que, erroneamente, um sensor do avião assumia uma informação incorreta, impulsionando o ‘nariz’ do avião em sentido descendente.
Os pilotos ainda tentaram obedecer ao detalhe o que o manual do avião sugeria, mas não houve tempo. Curiosamente, realça a mesma agência, o mesmo aparelho tinha dado um sinal semelhante no dia anterior.
Um relatório mostrou depois que, no dia anterior, a bordo do cockpit estava um outro piloto, para lá da equipa original, o que poderá ter ajudado a resolver os problemas a bordo. No dia seguinte, porém, não houve solução a tempo para evitar a tragédia.
No último minuto, o comandante de bordo e o colega mantiveram uma relativa calma, segundo explicaram à Reuters as fontes que ouviram o audio original.
O copiloto, um cidadão indonésio e árabe de 41 anos, disse ‘Allahu Akbar’ – ‘Alá é grande’, expressão de cariz religioso que pode ser usada em diferentes contextos -, enquanto o piloto, de origem indiana e de 31 anos de idade, se manteve em silêncio até ao fim. Pouco depois, o aparelho da Lion Air despenhou-se no mar, levando consigo 189 vidas.
A recente queda de um segundo Boeing 737 MAX, agora na Etiópia, deu lugar a decisões de prevenção com consequências devastadoras para a Boeing.
Após vários países terem impedido que os Boeing 737 MAX continuassem nos ares, os aparelhos receberam todos ordem de aterragem, em todo o mundo, estando agora à espera de uma atualização de software por parte da Boeing.