Encerrado ‘site’ responsável por quatro milhões de ataques informáticos

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Um ‘site’ da internet responsável por mais de quatro milhões de ataques informáticos em todo o mundo foi encerrado, no âmbito de uma operação internacional que conduziu a várias detenções, anunciaram hoje as autoridades britânicas.

“Piratas informáticos de todo o mundo utilizaram o ‘site’ webstresser.org, que podia ser alugado por apenas 14,99 dólares (12,30 euros) para lançar mais de quatro milhões de ataques” digitais, anunciou a Agência Nacional do Crime (NCA) em comunicado.

“As autoridades de cinco países, entre os quais a Holanda, a Sérvia, a Croácia e o Canadá, com o apoio da polícia escocesa e da Europol, apanharam seis membros do grupo criminoso por detrás do webstresser.org”, precisou a agência britânica de combate ao crime.

Paralelamente, a polícia holandesa, apoiada pelas homólogas alemã e norte-americana, “confiscou servidores e encerrou o ‘site’ esta manhã, às 11:30 (locais e de Lisboa)”, acrescentou.

O ‘site’ era utilizado para lançar “ataques por negação de serviço”, que visam inundar uma rede ou um computador com pedidos, para o impedir de funcionar.

Hoje, ao meio-dia, a página de entrada no ‘site’ apresentava uma mensagem anunciando que o nome do domínio tinha sido confiscado pelo Departamento da Defesa norte-americano.

Várias pessoas foram detidas, entre as quais dois homens, na zona de Lanarkshire, na Escócia, segundo a polícia escocesa.

Na Croácia, o Ministério do Interior anunciou em comunicado que o ‘site’ “era gerido por um cidadão croata de 19 anos detido” na terça-feira.

Apresentado como o proprietário do ‘site’ e suspeito de infração grave à segurança dos sistemas informáticos, poderá ser condenado a “uma pena de entre um e oito anos de prisão”.

Na Sérvia, duas pessoas de 19 e 21 anos suspeitas de serem administradoras do ‘site’ foram detidas, indicou o Ministério do Interior sérvio, explicando que o ‘site’ webstresser.org era considerado o maior do mundo em matéria de aluguer de serviços para este tipo de ataques.

No âmbito do inquérito, a NCA identificou também e realizou buscas num endereço em Bradford, no norte de Inglaterra, associado a um indivíduo suspeito de estar envolvido no ataque informático que afetou “sete dos maiores bancos britânicos” em novembro de 2017.

Esses bancos “viram-se obrigados a reduzir as suas operações, o que desencadeou custos de centenas de milhares de libras para repor o serviço”, segundo a NCA.

A agência identificou, em seguida, “a infraestrutura criminosa”, situada na Holanda, e “trabalhou em colaboração com a polícia holandesa” para pôr fim à sua atividade.

“Por natureza, o cibercrime é uma ameaça que atravessa as fronteiras, e a nossa resposta deve assentar numa colaboração estreita entre os serviços”, sublinhou Jo Goodall, investigadora da NCA.

“As detenções efetuadas nos últimos dois dias mostram que a internet não garante um anonimato absoluto aos infratores, e nós esperamos identificar outros suspeitos ligados ao ‘site’ nas próximas semanas”, acrescentou.

Claire Georges, uma porta-voz da Europol, que coordenou na terça-feira, a partir de Haia, a operação, disse que “novas medidas” serão adotadas contra os utilizadores do ‘site’ na Austrália, no Reino Unido, no Canadá, na Croácia, em Hong Kong, em Itália e na Holanda, e que entre elas poderão incluir-se detenções.


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