Moçambique perde um bilião e quinhentos milhões de meticais por abate ilegal de madeira e líderes comunitários são coniventes.
O Estado moçambicano perde acima de um bilião e quinhentos milhões de Meticais, todos os anos, resultante da persistência do abate ilegalmente da madeira nas províncias de Tete, Zambézia e Sofala.
As perdas resultam, em parte, da conivência dos lideres comunitários entre outros dirigentes que encobertam os furtivos que se fazem às florestas sem obedecer os critérios.
Mesmo depois do anúncio da tolerância zero ao abate ilegal da madeira, os operadores ilegais não respeitam as autoridades moçambicanas e persistem no abate clandestino da madeira, incluído as espécies protegidas.
Os camiões revelam as quantidades da madeira que ainda saem das áreas de conservação florestais. A madeira é cortada ilegalmente, passa por muitos postos de fiscalização e é exportada para China, através dos portos moçambicanos, sem observância dos critérios estabelecidos na lei.
O abate e transporte ilegal da madeira, indiciam a existência de uma organização criminosa que os líderes comunitários, funcionários do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural e figuras influentes, que facilitam a saída de contentores de madeira.
Este ano, doze funcionários do MITADER, envolvidos no contrabando de madeira, foram identificados e foram constituídos arguidos.
Só para ter ideia, em 2016, o estado arrecadou apenas quinhentos e noventa e nove milhões contra cerca de dois biliões de Meticais registados em 2017 resultantes da operação tronco.
A emissão de guias falsas e a autorização para o abate de espécies protegidas por lei, está na agenda do programa de controlo que este ano será mais renhido.
O Estado contabiliza, desde que arrancou a operação tronco, cerca de Cento e cinquenta mil metros cúbicos de madeira apreendida na sua maioria nos estaleiros e no porto da Beira. Desta madeira foram produzidas cento e quarenta e quatro mil carteiras distribuídas um pouco por todo o país, correspondentes a cerca de trinta por cento do total de alunos da necessidade do país.