A HIDROELÉCTRICA de Cahora Bassa (HCB), empresa moçambicana que explora a barragem de Cahora Bassa, na província de Tete, desmente notícias postas a circular no Zimbabwe alegando que poderá cortar o fornecimento de electricidade por acumulação de dívidas.
O jornal “Herald”, editado em Harare, cita na sua edição de terça-feira o director executivo da Empresa de Distribuição de Electricidade no Zimbabwe (ZESA), Josh Chifamba, como tendo dito que não foi possível pagar as dívidas à HCB e à companhia sul-africana de produção e distribuição de energia Eskom por causa da escassez de divisas no país.
O artigo do “Herald” afirma que ambas as empresas, HCB e Eskom, deram a ZESA um ultimato válido até 31 de Maio corrente para liquidar as dívidas. Expirado o prazo, irão cortar o fornecimento de energia ao Zimbabwe.
Num contacto telefónico mantido esta semana com a AIM, um gestor sénior da HCB negou categoricamente a existência do referido ultimato.
Ele disse que, embora não pudesse falar em nome da Eskom, a HCB continua a negociar com a ZESA e não existem razões para cortar energia no fim do corrente mês.
O “Herald” escreve que a ZESA deve a HCB 40 milhões de dólares. Contudo, a fonte da hidroeléctrica disse que a verdadeira cifra é um quarto do referido montante, ou seja, cerca de 10 milhões de dólares.
Explicou que se trata de “uma dívida histórica” e que o último pagamento da ZESA ocorreu há dez meses.
A fonte frisou que a dívida não está a crescer, porque nos últimos tempos a ZESA está pagar regularmente as facturas mensais que recebe da HCB.
Segundo a fonte, a dívida foi discutida em uma reunião havida em Harare no início desta semana, tendo sido acordado que a ZESA iria liquidar a dívida até Agosto próximo.
Actualmente, a HCB fornece 50 megawatts à ZESA, mas a linha de Cahora Bassa para o Zimbabwe poderia transportar muito mais se a empresa estivesse disposta e/ou em condições de pagar.
Os problemas da ZESA com a Eskom parecem muito mais sérios, pois aquela companhia sul-africana fornece 300 megawatts ao Zimbabwe.
O “Herald” afirma que o Zimbabwe precisa de 1400 megawatts, mas devido a obsolescência do equipamento das suas centrais térmicas apenas consegue produzir 980 megawatts. Por isso, os suprimentos da Eskom e da HCB são de vital importância para evitar o racionamento de energia no Zimbabwe.
A ZESA espera que a Sinohydro, uma companhia chinesa, poderá ajudar a ultrapassar o problema com a construção da Central Sul na barragem de Kariba, que vai permitir a produção adicional de 300 megawatts.
A central deverá entrar em funcionamento em Dezembro do corrente ano com uma produção de 150 megawatts e deverá funcionar plenamente a partir do primeiro trimestre de 2018. O custo do projecto de expansão Kariba Sul está calculado em 533 milhões de dólares. (AIM)