Frelimo e Renamo divergem sobre acusações de manipulação do censo eleitoral

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A Frelimo considerou uma “falácia” a acusação de que o recenseamento eleitoral está a ser manipulado a seu favor, enquanto a Renamo, oposição, defende que a operação está a ser manchada por graves irregularidades.

 O Instituto Eleitoral da África Austral (EISA), organização da sociedade civil da região, acusou ontem o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) de reduzir o número de eleitores nas zonas dominadas pela oposição para as eleições gerais de Outubro próximo.

 A acusação consta de um estudo intitulado “Uma análise a partir da distribuição das brigadas de recenseamento eleitoral para as eleições de 2019 em Moçambique”, elaborado pela delegação em Moçambique daquela organização não-governamental da África Austral.

 Reagindo à Lusa, o porta-voz do partido Frelimo, Caifadine Manasse, qualificou de uma “falácia” as constatações do estudo do EISA, assinalando que o partido no poder entra em todos os escrutínios para conquistar o eleitorado de todo o país.

 “A Frelimo é um partido de base nacional, abraça todos os moçambicanos, não é um partido regional ou local para confinar a sua estratégia a este ou àquele círculo eleitoral”, frisou.

 Caifadine Manasse assinalou que a Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) têm membros no STAE e na Comissão Nacional de Eleições para acompanharem e gerir os processos eleitorais.

 O porta-voz da Renamo, José Manteigas, disse à Lusa que o recenseamento eleitoral está a ser marcado por “graves irregularidades” nas zonas favoráveis à oposição.

 “As constatações do EISA são evidentes e críveis e, bem antes de serem publicadas, a Renamo já as tinha denunciado à Comissão Nacional de Eleições”, declarou José Manteigas.

 Nas zonas que, tradicionalmente, vota a oposição, o registo de eleitores está a ser marcado por avarias nas máquinas, cortes de energia e abertura tardia dos postos de recenseamento, prosseguiu.

 “Tudo isso é parte de uma estratégia para cansar e desmobilizar o eleitorado, que, potencialmente, vai votar na oposição”, acrescentou.

 Na sua análise do recenseamento eleitoral, o EISA considera que “a distribuição das brigadas de recenseamento eleitoral foi para facilitar o registo de eleitores em zonas sob forte influência da Frelimo e reduzir o número de eleitores nas regiões sob domínio da oposição”.


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