Bastonário da Ordem dos Engenheiros receia a existência, em Moçambique, de muitos falsos engenheiros que estão a operar em diversas áreas de actividades.
Foram entregues, esta sexta-feira, ao Ministério Público, dez processos-crime de falsificação de Certificados de Habilitações Literárias, Declarações e Cédulas Profissionais da Ordem dos Engenheiros.
“Esta é uma cédula de membro efectivo e esta é a cédula de membro estagiário. Vê-se que estas cédulas são falsas”.
A descoberta pela Ordem dos Engenheiros destes e doutros supostos casos de crime de falsificação de documentos iniciou em Setembro de 2021.
“A nossa cédula tem uma marca de luz. Isto não é cédula. Foi a uma esquina e mandou fazer…Os nossos não constam na nossa base de dados’’ – diz o Bastonário da Ordem dos Engenheiros, Feliciano Dias.
Para a Ordem dos Engenheiros, que submeteu à PGR, na Cidade de Maputo, o primeiro lote de documentos falsificados, o país está numa situação delicada. “Temos moçambicanos e temos estrangeiros. Vamos deixar que a PGR trabalhe e oportunamente eles vão dar-nos o relatório do seu trabalho…A Ordem vai continuar a intensificar essa questão de melhorar o seu sistema de controlo, vamos melhorar a interacção com as instituições do ensino de engenharia no país. E vamos também melhorar a interacção com o Ministério das Obras Públicas no país”.
O ramo de construção civil está no topo da lista de processos de falsificação de Certificados de Habilitações Literárias, Declarações e Cédulas Profissionais da Ordem dos Engenheiros, conforme o diz Feliciano Dias. “Nós temos esse receio que há muitos que se intitulam de engenheiros e quero deixar um apelo a que todos aqueles que sejam licenciados em engenharia se venham inscrever na ordem para que trabalhem legalmente… Muitas vezes usam os nomes dos nossos membros, mudam a fotografia e o nome. Temos uma Linha Directa com a Comissão de Licenciamento das Empresas de Construção Civil. E, se eles têm alguma dúvida, eles enviam-nos os documentos e nós confirmamos.’’