O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC) anunciou hoje que o Governo alemão doou material e ‘kits’ à organização regional que permitirão a realização de 1,3 milhões de testes à covid-19.
Segundo um comunicado hoje emitido pelo departamento, a primeira remessa de material de testagem foi hoje entregue ao África CDC no aeroporto de Adis Abeba, na capital da Etiópia.
De acordo com o África CDC, a doação vai apoiar a aplicação da estratégia continental conjunta de combate à covid-19, que pretende combater o aumento do número de casos nos Estados-membros da União Africana (UA) e integra um apoio de 10 milhões de euros do executivo germânico.
“A doação de ‘kits’ de testagem à covid-19 é um exemplo concreto da estreita parceria da Alemanha com a União Africana e da sua parceria com o continente africano. Como responsável pela presidência do Conselho da União Europeia, a Alemanha está feliz por complementar os esforços” europeus em apoiar “países parceiros no combate à pandemia, afirmou Heiko Nitzschke, responsável pela entrega, citado num comunicado emitido pela UA.
Desde o início da pandemia que as autoridades sanitárias dos Estados-membros da UA têm realizado testes a pessoas suspeitas de estarem infetadas pelo novo coronavírus, mas a organização abordou a necessidade urgente de se aumentar a testagem a nível comunitário.
“A testagem é o pilar da resposta a qualquer pandemia, e fornecer ‘kits’ para testes é uma forma de os Estados-membros da União Africana conseguirem aumentar esta testagem”, afirmou o diretor-adjunto do África CDC, Ahmed Ogwell Ouma, que acrescentou que a UA, enquanto organismo continental, está “a trabalhar com vários parceiros” para garantir que os países terão acesso a estes materiais.
O material entregue pela Alemanha será enviado em três tranches.
“Há uma urgência de os Estados-membros fazerem mais testes, localizarem, identificarem e isolarem pessoas infetadas para que possam controlar o vírus e limitar a transmissão, mas não podem fazer isso se não tiverem capacidade para testar”, afirmou a comissária para os Assuntos Sociais da Comissão da União Africana, Amira Elfadil Mohammed.
Em África, há 18.475 mortos confirmados em quase 872 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, Cabo Verde lidera em número de casos (2.373 casos e 23 mortos), seguido da Guiné Equatorial (2.350 casos e 51 mortos), Guiné-Bissau (1.981 casos e 26 mortos), Moçambique (1.748 casos e 11 mortos), Angola (1.078 infetados e 48 mortos) e São Tomé e Príncipe (868 casos e 15 mortos).
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 660 mil mortos e infetou mais de 16,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.