O MINISTÉRIO da Saúde (MISAU) colocou em marcha o seu plano de testagem rápida na cidade de Nampula para determinar a prevalência e o perfil sero-epidemiológico da pandemia da Covid-19 na capital da província do mesmo nome, no norte de Moçambique.
A confirmação foi feita quarta-feira (10) à imprensa, na cidade de Nampula, pelo director-geral-adjunto do Instituto Nacional de Saúde (INS), Eduardo Samo Gudo, que se encontra no local para liderar toda a operação visando travar a propagação da doença.
Segundo Samo Gudo, as autoridades da Saúde estarão assim em condições de realizar intervenções mais eficientes, focadas e com melhor impacto, atrevés de um inquérito, que é o primeiro do género em Moçambique, que será igualmente feito em outras zonas do país que se mostram vulneráveis à Covid-19.
“Este inquérito é de base comunitária, tendo como objectivo principal entender melhor o perfil da doença, a magnitude da pandemia e quais são os principais focos de infecção na cidade de Nampula. E, ainda, ver quais os factores que estão a determinar a transmissão comunitária e os grupos populacionais mais afectados nesta província. Com esta informação, poderemos clarificar e melhorar a nossa resposta”, afirmou.
Segundo a fonte, o inquérito será uma componente importante para as acções de vigilância ao coronavírus e tem vindo a ser implementado em várias partes do mundo.
O director-geral-adjunto do INS esclareceu que os testes rápidos não serão para diagnóstico.
“Outro aspecto importante é que este inquérito não tem como objectivo diagnosticar as pessoas que estão infectadas no presente momento, mas avaliar a exposição ao vírus. São testes parecidos com aqueles que utilizamos para fazer o diagnóstico da malária, por exemplo, e o resultado da testagem é rápido”, disse.
A fonte explicou que será utilizada uma amostra de oito mil pessoas de várias faixas etárias, estratos sociais e profissões, principalmente aqueles cujos indivíduos estão expostos, como é o caso dos profissionais da Saúde, transportadores públicos, vendedores de mercados, entre outros.
“Não podemos confundir este teste com o de rotina, que usa a boca e a garganta. Este será com gotas de sangue, parecido com o da malária. Vamos colher uma amostra representativa da cidade de Nampula que permita representar as várias áreas geográficas da urbe, os vários estratos sociais, etários e profissionais, que poderão dar-nos uma melhor radiografia da exposição que as pessoas têm ao vírus nesta cidade”, referiu.
Ele adiantou que os próximos dias serão de mobilização comunitária na expectativa de solicitar que as pessoas seleccionadas colaborem voluntariamente com as autoridades, uma vez que os resultados do inquérito são de extrema necessidade e importância para o controlo rápido da pandemia do coronavírus na cidade de Nampula.