Restos mortais de Mário Machungo já se encontram em Maputo

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Os restos mortais do antigo Primeiro-Ministro, Mário Machungo, falecido na madrugada do dia 17 de Fevereiro corrente, em Lisboa, Portugal, chegaram cerca das 7h30, da manhã de hoje, sábado, a Maputo, transportados numa aeronave dos Transportes Aéreos de Portugal, TAP.

No aeroporto Internacional do Maputo, a urna foi recebida por uma Comissão do Conselho de Ministros, encabeçada pelo Ministro dos Combatentes, Carlos Siliya, na presença da família do malogrado, membros do partido Frelimo, para além de dezenas de cidadãos que se juntaram à família enlutada.

Num ambiente carregado de dor e consternação, a urna viria a ser transportada para a Morgue do Hospital Central do Maputo, para, às 10 horas, ser conduzida à capela da Igreja Anglicana São Cipriano, decorreu a missa de corpo presente, momento em que os crentes, amigos, familiares e a população em geral terão a oportunidade de prestar homenagem ao malogrado.

Na local do ofício religioso registou um movimento desusado de pessoas que foram render a sua homenagem ao malogrado num acto presenciado por membros do Executivo e do partido no poder.Terminada a missa, o corpo será levado de novo para a morgue do Hospital Central de Maputo para a sua conservação, até segunda-feira, dia do funeral.

Segundo o Ministro dos Combatentes, Carlos Siliya, falando ontem a imprensa, o governo moçambicano proclamou o funeral oficial de Mário Machungo, “devido a natureza e a função que o antigo Primeiro-Ministro desempenhou neste país”.
“Como sabeis, Machungo faz parte daqueles moçambicanos que deram a sua juventude pela libertação desta pátria, participou na clandestinidade para criar as bases para a independência deste país. Foi dos primeiros jovens que juntaram esforços para criar condições de luta de libertação nacional”, enalteceu o Ministro, lembrando também que, após a independência de Moçambique, ele desempenhou muitas funções no governo.
O Ministro explicou que o funeral de Machungo será antecedido de velório, a ter lugar nos Paços do Conselho Municipal de Maputo, na Praça da Independência, uma cerimónia que conhecerá duas etapas.
“A primeira etapa do velório começa as 10:00 horas, devendo terminar as 11:30 horas e se destina ao público em geral. A partir das 12:00 horas começa a etapa oficial do velório e será marcado pela leitura de mensagens de amigos, pessoas que trabalharam com ele, incluindo antigos colegas no Millennium BIM, onde foi PCA (Presidente do Conselho de Administração), da família e, finalmente, o elogio fúnebre do Presidente da República”, explicou Siliya.
O velório termina as 14:00 horas, após o que a urna seguirá para o Cemitério de Lhanguene, em Maputo, onde os restos mortais repousarão, uma cerimonia a iniciar as 15:00 horas.
Para além do funeral oficial, o Governo proclamou um luto nacional em memória a Mário Machungo, a partir de 0.00 hora de domingo, dia 23 de Fevereiro, até às 24.00 horas de segunda-feira, 24 de Fevereiro, durante o qual a bandeira nacional será içada a meia haste em todo o território nacional e nas missões diplomáticas e consulares da República de Moçambique.
Natural de Chicuque, cidade da Maxixe, província de Inhambane, Mário Machungo perdeu a vida na segunda-feira, vítima de doença, em Lisboa, onde permaneceu nos últimos tempos em tratamento hospitalar.
Ele foi combatente na clandestinidade da luta de libertação nacional desde 1962 enquanto estudante no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, em Portugal. Depois da independência, Mário Machungo desempenhou diversas funções. Aliás, no Governo de Transição assumiu a pasta de Cooperação e Economia, em 1974.


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