ANORUEGA vai contribuir com cerca de 144 milhões de coroas (perto de 15.5 milhões de dólares norte-americanos) para reforçar a assistência à governação do sector de petróleo e gás em Moçambique, no quadro de um programa denominado Oil for Development (OFD).
O acordo que vai viabilizar a operação foi assinado ontem em Maputo, no final das conversações oficiais havidas entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o Príncipe Herdeiro da Noruega, Haakon Magno, que se encontra de visita ao país a convite do Chefe do Estado moçambicano.
O programa OFD foi desenvolvido pelo governo da Noruega com o objectivo de oferecer uma plataforma de cooperação a longo prazo com diversos estados, através da partilha das melhores experiências de gestão do sector de petróleos.
Nos últimos anos, aquele país nórdico tem-se revelado um importante parceiro estratégico de Moçambique no sector de hidrocarbonetos. As suas intervenções têm tido um impacto positivo, e contribuído para o desenvolvimento de várias acções relativas aos planos quinquenais do Governo, Plano Director de Gás Natural e o Plano de Actividades do Instituto Nacional de Petróleos (INP).
Durante as conversações de ontem, Filipe Nyusi e Haakon Magno avaliaram as relações de cooperação entre os dois Estados.
Verónica Macamo, Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação explicou a jornalistas que, as duas partes discutiram de forma aberta, a cooperação bilateral e vários assuntos de interesse bilateral, sobretudo o alargamento das relações.
O Presidente fez questão de sublinhar que avalia de forma positiva a cooperação entre os dois países. Na ocasião, o estadista moçambicano descreveu a situação do país como “estável”, não obstante a situação desafiante que se vive em Cabo Delgado.
Tais desafios segundo o Chefe de Estado, estão relacionados com a onda de ataques protagonizados por insurgentes e também a situação das chuvas que criam problemas na transitabilidade das pessoas e bens.
Já o ministro para o Desenvolvimento Internacional, Dag-Inge Ulstein destacou a importância da cooperação com Moçambique considerando que a descoberta de reservas naturais cria grandes oportunidades para o país.
Salientou que, a indústria petrolífera pode contribuir para construir o bem-estar através de uma economia estável e sustentável de tal modo que todos os aspectos ambientais devem estar contemplados.
“Os acordos que assinamos hoje estão concentrados no programa de desenvolvimento para o sector de gás e petróleo. Na realidade, este é um programa de governação na gestão, pois os recursos não irão trazer desenvolvimento automático para o povo de Moçambique. O nosso esforço através deste programa é no sentido de desenvolver uma capacitação de modo a garantir que os recursos sejam assegurados para as gerações vindouras e a salvaguarda do ambiente”, explicou.
Ulstein salientou que para que isso seja possível é necessária uma maior transparência e uma sociedade civil muito forte, pois os países que têm petróleo e gás devem se concentrar na observância das práticas internacionais partilhando experiências e gerindo os recursos de forma sustentável.
Ainda ontem durante um jantar em honra à visita oficial do Príncipe Herdeiro, o Presidente Filipe Nyusi agradeceu o apoio prestado pela Noruega nos diversos domínios, desde a reconstrução pós-ciclones Idai e Kenneth, expansão da rede de energia, saúde bem como para a pacificação do país.
Para Nyusi sem a pacificação não pode haver desenvolvimento, daí ser importante que a Noruega continue a apoiar esta componente.
Já o Príncipe Haakon Magno manifestou a abertura da Noruega em continuar a apoiar o desenvolvimento de Moçambique. Fez saber que para além do sector público, os empresários noruegueses também estão interessados nas oportunidades que o país possui, daí a expectativa que depositam no fórum de negócios agendado para esta manhã na capital do país.