A DIRECÇÃO do Ferroviário da Beira prometeu, ontem, agir judicialmente por sentir-se burlado pelo jogador de futebol Dário (ex-Textáfrica), que depois de ter assinado um contrato de trabalho com a equipa do Chiveve rumou para a União Desportiva do Songo (UDSongo) sem qualquer justificação.
O facto foi tornado público pelo vice-presidente para a Alta Competição daquela colectividade, Carlos Crispim, sublinhando que o seu elenco pretende saber do jogador sobre as causas que o levaram a tomar esta posição e se não for convincente só a Justiça poderá dirimir o caso.
Crispim acrescentou que o atleta vai ter de arcar com as despesas da contratação de um outro jogador, porque ele enganou o clube e não foi obrigado a rubricar o contrato.
“Não estamos a conseguir encontrar um jogador com as suas características, porque já estão comprometidos com outras equipas e teremos de recorrer ao mercado internacional para fecharmos essa lacuna, mas não temos dinheiro para tal”, queixou-se.
O dirigente “locomotiva” revelou ainda que o atleta tem dois vínculos contratuais com a sua colectividade assinados no ano passado.
“O Dário mostrou disponibilidade de fazer parte da nossa equipa na pré-temporada do ano passado. Nessa altura assinou um contrato por duas épocas mas não ficou connosco porque afinal ainda tinha contrato válido por uma época com o Textáfrica, contrariamente ao que nos tinha informado”, contou Crispim.
Para a presente temporada, ainda de acordo com Carlos Crispim, Dário voltou a assinar um contrato de dois anos em Novembro de 2019 porque já estava livre da antiga equipa e recebeu uma parte do valor do contrato para 2020 que iniciou no primeiro dia do mês de Janeiro corrente.
“Ficámos surpresos quando no dia 13, na abertura da época, o jogador não se apresentou no clube, e nem justificou a sua ausência”, lamentou.
ASSINEI PELA UD SONGO
POR INSTRUÇÕES DO TEXTÁFRICA
Abordado telefonicamente pela reportagem, Dário confirmou ter rubricado contrato com o Ferroviário da Beira para a presente época desportiva, mas defendeu que neste momento é jogador da UDSongo.
“Depois de assinar contrato com o Ferroviário da Beira também assinei pela UDSongo porque a antiga Direcção do Textáfrica informou-me que deveria rumar para Songo porque já me havia inscrito e não podia fazer mais nada”, contou Dário.
Recordou ainda que após saber do caso manteve um contacto com um dos dirigentes do Ferroviário no sentido de cancelar a inscrição, mas tal não foi possível.
Segundo o atleta, a UDSongo fez pedido para a antiga direcção cedê-lo sem que ele soubesse e agora que essa direcção demitiu-se tudo ficou complicado.
Sobre o valor que o Ferroviário da Beira afirma ter pago referente uma parte do contrato Dário respondeu que nada podia dizer porque se tratava de um assunto entre ele e o Ferroviário da Beira.