“Ainda há muito” a fazer para satisfazer as necessidades do povo angolano

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O Presidente da República, João Lourenço, reconheceu hoje, no seu discurso sobre o Estado da Nação, que, apesar do seu empenho, nos dois anos iniciais do seu mandato, ainda há muito para fazer para satisfazer as necessidades da população.
Dirigindo-se aos deputados da Assembleia Nacional e ao povo angolano, na abertura do ano parlamentar, o chefe do executivo fez um balanço dos seus dois anos de mandato, cumpridos em setembro, destacando as melhorias alcançadas, mas também o que ainda falta fazer.

“Embora tenha empenhado o melhor dos meus esforços na aplicação do programa de governação que mereceu a confiança da maioria dos eleitores, estou consciente de que muito ainda há por realizar para satisfação das grandes necessidades que o povo enfrenta”, salientou o chefe de governo.

João Lourenço, que foi interrompido e ovacionado pelos seus correligionários do MPLA por diversas vezes, vincou o seu empenho, nestes dois anos, na defesa do rigor e da transparência, na luta contra a corrupção e a impunidade, na adoção de medidas direcionadas para a revitalização da economia, no resgate dos valores da cidadania e moralização da sociedade e no lançamento das bases para garantir o desenvolvimento sustentável do país.

“Consideramos fundamental a implementação de um verdadeiro Estado Democrático de Direito e a construção de uma economia de mercado que consiga alterar, em termos definitivos, a estrutura económica de Angola”, maioritariamente assente no setor publico e nas exportações de petróleo.

O Presidente angolano elencou as reformas que estão a ser implementadas em várias áreas, “com vista a fazer de Angola um destino privilegiado do investimento”, num discurso muito centrado na conjuntura económica e na pesada herança da dívida do país.

“São muitas as medidas já tomadas pelo executivo no sentido de se combaterem práticas erradas e condenáveis e como consequência disso, a perceção do mundo sobre nós começa a mudar no sentido positivo, o que é bom para Angola”, destacou, acrescentando que vai continuar durante o seu mandato “com as reformas estruturais que se impõem”.

João Lourenço lembrou que a crise económica de Angola “não é de hoje”, tendo começado em 2014, e agudizou-se com a queda dos preços do petróleo e o elevado endividamento.

“Parte do nosso petróleo foi comprometido para honrar a dívida”, realçou o chefe do Estado angolano, indicando que a despesa com o serviço da dívida representa 51% do total da despesa do Orçamento Geral do Estado em 2019.

Durante o seu longo discurso, que durou cerca de duas horas, João Lourenço fez um extenso balanço da ação governativa em todas as áreas, da economia à educação, passando pela justiça, ambiente, agricultura, saúde, segurança e ação social.

O chefe do executivo angolano concluiu a sua mensagem dizendo que “Angola está no caminho certo” e apelando a todos, governantes e governados que trabalhem “árdua e permanentemente” sem “pressa de colher aquilo que não semeámos ou se o fizemos não está maduro para consumir”.


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