DOZE milhões, novecentos quarenta e oito mil e quatrocentos moçambicanos – 6.911.656 dos quais mulheres – estão inscritos nos cadernos eleitorais, no país e no estrangeiros, para votar nas sextas-eleições gerais e democráticas marcadas para amanhã. São 12.945.921 eleitores inscritos no país, distribuídos por 20.162 mesas de assembleias de voto; e 2.479 registados em sete países africanos e dois europeus, que terão um total de 407 mesas disponíveis para exercerem o seu direito de voto.
Até ao fecho da presente edição, e segundo dados da Comissão Nacional de Eleições (CNE), estavam credenciados mais de trinta mil observadores e perto de três mil jornalistas, nacionais e estrangeiros.
O Presidente do órgão, Abdul Carimo, ressalva que esta é a primeira vez que o país atinge estes números de credenciação, destacando que só na Zambézia estão credenciados dez mil observadores.
Entretanto, 5.400 eleitores dos distritos de Muidumbe, Macomia e Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado, não vão poder votar nas eleições de amanhã, devido ao ambiente de insegurança causado pela actuação de grupos de insurgentes naquela região do país. Segundo Abdul Carimo, explicou que a decisão de não realizar a votação naquelas regiões surge depois de a plenária daquele órgão, realizada sábado em Maputo, ter chegado a esse consenso.
O Presidente da CNE, que durante o dia de ontem visitou algumas províncias do país para aferir o grau de preparação do processo, apelou às missões de observação a partilharem os seus relatórios de trabalho com os órgãos administração eleitoral antes de divulgarem nas várias plataformas de comunicação, incluindo nas redes sociais. A ideia, segundo Abdul Carimo, é que o trabalho das missões de observação, quer nacionais, quer internacionais não deve criar instabilidade, mas sim contribuir para a transparência e credibilização dos processos à luz da carta internacional sobre a observação eleitoral.
Apelou os partidos políticos a colocar seus delegados de candidatura em todas mesas de voto ao nível do país, de modo a contribuir para que o processo de votação corra de forma mais tranquila e pacífica possível.
Enquanto isso, prossegue a distribuição de material de votação pelos vários círculos eleitorais, tendo as autoridades de administração eleitoral disponibilizado meios aéreos para garantir a alocação de materiais nas zonas de difícil acesso.
Nas eleições de amanhã estão em jogo 250 assentos na Assembleia da República, que estão a ser disputados por um total de vinte e cinco partidos políticos e duas coligações de partidos políticos.
Quatro candidatos disputam o cargo de Presidente da República, nomeadamente Filipe Nyusi, Ossufo Momade, Daviz Simango e Mário Albino, cujas idades variam entre 55 e 60 anos. Nyusi, que participa pela segunda vez numa eleição presidencial, é candidato à sua própria sucessão, enquanto Simango vai a votos pela terceira vez consecutiva, tendo perdido as duas anteriores a favor de Armando Guebuza, em 2009, e de Filipe Nyusi, o Presidente em exercício, em 2014.
Para as assembleias provinciais estão em disputa 794 assentos, com Nampula (94) e Zambézia (92) a juntarem o maior número.