A REGIÃO do Grande Maputo passará a ter água 24 horas por dia, a partir do próximo mês de Novembro, em resultado do início do abastecimento deste recurso através da barragem de Corumana, no distrito da Moamba.
Actualmente, a região que compreende as cidades de Maputo, Matola e a vila de Boane que consome água captada no rio Umbeluzi, passará a contar, dentro de dias, também com a do Incomáti, através de uma compacta estação de tratamento, de acordo com informações dadas ontem ao ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, numa visita efectuada ao empreendimento.
João Osvaldo Machatine disse que, com os 30 mil metros cúbicos de água a ser bombeados diariamente para Machava, na Matola, e que se adicionarão aos cerca de 240 mil lançados pela Estação de Tratamento (ETA) do Umbeluzi e pouco mais de 30 mil metros cúbicos fornecidos através de furos, a área do Grande Maputo, não mais se queixará da escassez do precioso líquido.
De 2015 a esta parte, o caudal dó rio Umbeluzi foi baixando devido à falta de chuvas, o que levou o Governo a buscar outras fontes. Foi neste sentido que arrancou a construção do sistema de Corumana, que contempla uma conduta adutora de 95 quilómetros de extensão até Machava, e a ETA em Sábiè, para além da abertura de furos nos bairros periféricos e a reoperacionalização de pequenos sistemas avariados.
Com o agravamento da crise optou-se pela edificação da ETA compacta em Sábiè, para mitigar o problema, enquanto é edificada a estação convencional, cujo término está previsto para Agosto do próximo ano. Nessa altura, a região terá acima de 350 mil metros cúbicos de água, quantidade suficiente, segundo o ministro Machatine.
Para além do trabalho em curso nas componentes do novo sistema de abastecimento de água ao Grande Maputo, o ministro inteirou-se ainda do projecto paralelo da conclusão da barragem de Corumana, concretamente a montagem de comportas do descarregador principal e da construção do dique de portela, meio de defesa da infra-estrutura, em caso de cheias de grande magnitude.
Com as comportas, a barragem, construída no rio Incomáti entre 1983 e 89, vai elevar a sua capacidade de armazenamento de 720 milhões de metros cúbicos de água para 1240 milhões, o que, para além de irrigação e pesca, permitirá a produção de 16.2 mega watts de energia eléctrica.
O projecto prevê ainda o reassentamento de 132 famílias. Sobre o assunto, Calisto Mabote, director da Unidade de Gestão da Bacia do Incomáti, disse que as casas para os agregados a serem transferidos estão em construção, havendo algumas já prontas por entregar dentro de dias.
Por exemplo, das 89 previstas para o bairro de Chavane, 48 já estão concluídas, e em em Ndindiza prontas 21casas.