Cultivar nas zonas baixas para aproveitar a humidade residual e privilegiar o uso de sementes de ciclo curto pode ser a solução para produtores da região Sul do país na próxima época agrícola, ante um prognóstico de baixos níveis de precipitação na época chuvosa 2019/2020, sobretudo no período de Janeiro a Março.
No geral, o sector da Agricultura e Segurança Alimentar perspectiva uma boa campanha agrícola nas regiões centro e norte do país, onde se prevê chuva em quantidades que poderão satisfazer as culturas durante o período.
Segundo Hiten Jantilal, da Direcção Nacional da Agricultura e Silvicultura (DNAS), o sector vai monitorar a evolução da campanha agrária, tendo sido desenhado um plano de intervenção para a segunda época agrícola.
“Esperamos que a zona sul tenha, nos primeiros três meses, uma precipitação moderada. A grande preocupação é que esta região vem de um cenário de seca na campanha anterior e esta previsão não é das melhores”, disse Jantilal.
Para fazer face ao cenário de baixo índice de satisfação hídrica na região sul, perspectivam-se sementeiras antecipadas com uso de sementes de curta duração, além do aproveitamento de culturas como milho, feijão vulgar, feijão-nhemba, amendoim, batata-doce e mandioca.
Se por um lado há preocupação com a fraca precipitação, por outro há o risco de inundações nas zonas centro e norte, que obriga o pelouro a desenhar um plano de intervenção para evitar a perda de culturas, como aconteceu na época passada.
“Sem dúvidas que as inundações serão uma preocupação, sobretudo para a segunda metade da época chuvosa, nas zonas ribeirinhas e nos leitos dos rios que nascem nos países vizinhos. É por isso que temos intervenções previstas para evitar a devastação de culturas. Vamos alertar os produtores a retirarem instrumentos agrícolas e animais de pequeno e grande porte”, disse.
Refira-se que o prognóstico da época chuvosa que se avizinha perspectiva o alcance do nível pleno de armazenamento nas barragens de Cahora Bassa, Muda, Nampula, Nacala e Chipembe.
Enquanto isso, as barragens da zona sul, à excepção de Massingir, poderão não chegar a 60 por cento de armazenamento, atendendo que estiveram sob uma estiagem severa nas últimas épocas.