PELO menos 500 mil pessoas poderão ser afectadas por inundações fluviais e urbanas no país durante a época chuvosa 2019/2020, em que se espera a ocorrência de chuvas normais com tendência para acima do normal.
A antevisão climática apresentada ontem, em Maputo, no VI Fórum Nacional sobre a matéria, revela que em termos hidrológicos, no período de Outubro a Dezembro, há uma elevada probabilidade de inundações fluviais nos rios Mutamba, Inhanombe, Save, Búzi, Savane, Púngoè, Zambeze, Licungo, Meluli, Mecuburi, Messalo, Megaruma e Montepuez.
Entre Janeiro e Março do próximo ano, a Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos (DNGRH) dá indicação de um risco moderado a alto de cheias nas bacias de Buzi, Púngoè, Zambeze, Namacura, Meluli, Mecubúri, Megaruma, Montepuez e Messalo,e alto risco de inundações no Licungo, altura em que se prevê o registo de chuvas normais com tendência para acima do normal nas zonas centro e norte.
Face a este prognóstico, a agricultura perspectiva uma boa campanha agrícola, sobretudo nas regiões centro e norte, considerando os níveis de satisfação hídrica das culturas durante os dois períodos.
Tendo em conta a precipitação esperada, as barragens de Cahora Bassa, Muda, Nampula, Nacala e Chipembe deverão atingir 100 por cento do seu nível de armazenamento, enquanto as da zona sul, com excepção de Massingir, poderão não chegar a 70 por cento, atendendo que estiveram sob uma estiagem severa nas últimas épocas.
Entretanto, na zona sul, onde se espera um índice de satisfação das necessidades hídricas baixo, o fórum recomenda a monitoria permanente e desenho de um plano de intervenção para a segunda época agrícola.
O secretário permanente do Ministério dos Transportes e Comunicações, Pedro Inglês, que presidiu à cerimónia de abertura do VI Fórum Nacional de Antevisão Climática, destacou a importância da previsão meteorológica na tomada de medidas de prevenção do impacto dos fenómenos climatéricos.
A informação divulgada no fórum constitui a base fundamental para a programação prévia e preparação dos diferentes sectores, sobretudo na elaboração dos planos de contingência,que permitem uma melhor tomada de decisão.