O Brasil registou uma diminuição nos focos de incêndio nos últimos dias, afirmou hoje o Governo brasileiro num balanço da Operação Verde Brasil, que reuniu várias entidades no combate aos incêndios na região da Amazónia.
A Operação Verde Brasil é composta pela Polícia Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Força Nacional e Forças Armadas.
“A avaliação é positiva. Com os parâmetros do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazónia (Censipam), vimos que os focos de incêndio diminuíram bastante”, disse o vice-almirante Ralph Dias, subchefe de operações do Estado-Maior das Forças Armadas, numa conferência de imprensa transmitida na rede de televisão pública brasileira.
Segundo dados do Censipam, Rondônia, Amapá, Pará e Maranhão eram os estados brasileiros com maior número de focos de incêndio, e onde o fogo lavrava com maior intensidade, principalmente, entre domingo e segunda-feira.
Contudo, numa medição realizada na terça-feira, o mapa de focos de incêndio indicou uma redução, principalmente em Rondônia, onde houve um maior emprego de reforços no efetivo de combate ao fogo, segundo informaram os agentes.
O chefe do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Ibama, Gabriel Zacharia, afirmou que as áreas que registam maior número de incêndios estão fora do espaço protegido pelo Governo federal.
“As áreas protegidas de conservação e áreas indígenas vão sempre ter menos incêndios, porque são as que estão mais preservadas”, disse Gabriel Zacharia.
O técnico do Ibama frisou que mesmo com “bons resultados os esforços precisam de continuar”.
Depois da pressão internacional por causa dos incêndios naquela região, o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, autorizou na sexta-feira passada o emprego de militares das Forças Armadas numa operação de “Garantia da Lei e da Ordem” (GLO) para combater os incêndios e delitos ambientais na Amazónia.
“Desde o momento em que o país percebeu que havia uma cooperação interagências, montamos um gabinete para disponibilizar os meios necessários para o combate a queimadas”, disse Ralph Dias.
“São operações de inteligência e com um certo grau de sigilo. O combate aos crimes será trabalhado ao longo do tempo. A GLO tem um período de validade e é nesse período que tentaremos fazer este planeamento”, complementou o vice-almirante.
O efetivo empregado na Amazónia, entre militares e brigadistas de combate a incêndio, é de 3.912 pessoas, além de 205 viaturas.
O número de incêndios no Brasil aumentou 83% este ano, em comparação com o período homólogo de 2018, com 72.953 focos registados até 19 de agosto, sendo a Amazónia a região mais afetada.
A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta.
Tem cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).