Educação e comunicação multilateral devem ser prioridades no Médio Orient

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As Nações Unidas devem dar prioridade à educação da população jovem, e garantir a diminuição da violência e a abertura dos canais de comunicação entre os Estados no Médio Oriente, disse na terça-feira uma responsável da organização.

A chefe do gabinete executivo do secretário-geral das Nações Unidas, Maria Luiza Ribeiro Viotti, traçou estas prioridades no debate de terça-feira do Conselho de Segurança da ONU centrado nos conflitos do Médio Oriente.

O debate do Conselho de Segurança teve presença especial do secretário de Estado dos Estados Unidos da América, Mike Pompeo.

Maria Luiza Ribeiro Viotti declarou que a primeira prioridade deve ser o cuidado com os focos de conflito no Médio Oriente: Iémen, Síria, Iraque, Irão, Líbano, o estreito de Ormuz e o conflito entre Israel e Palestina, o mais longo na agenda do Conselho de Segurança.

A responsável da ONU apelou, em nome do secretário-geral da organização, António Guterres, para que não se permita que os conflitos se estendam territorialmente, como também para manter os canais de comunicação abertos entre os vários Estados do Médio Oriente.

Quase metade da população da região são crianças e jovens, o que torna a criação de empregos “um imperativo”, assim como investimentos em educação, formação e capacidades, referiu a chefe do gabinete executivo do secretário-geral.

Mike Pompeo focou-se na ameaça nuclear pelo regime do Irão, dizendo que as maiores ameaças na região do Médio Oriente têm origem de ações iranianas, como ultrapassar os limites de produção de armas nucleares estabelecidos pelo acordo nuclear de 2015, o Plano Integral de Ação Conjunta Global (JCPOA, na sigla em inglês).

O secretário de Estado norte-americano promoveu um grupo de trabalhos de Varsóvia, chamado de “Warsaw Process”, criado em conjunto com a Polónia, para o estabelecimento de sete grupos de trabalho internacionais em matérias como segurança, segurança marítima, direitos humanos e refugiados.

A Rússia, membro permanente do Conselho de Segurança, criticou o discurso de Mike Pompeo, por não concordar com o retrato feito pelo secretário de Estado dos EUA de como o Irão é o principal e único Estado problemático da região.

Dmitry Polyanskiy, representante permanente adjunto da Rússia junto da ONU, disse que a conclusão mais significativa que se pode retirar em duas décadas de conflito no Médio Oriente é que o problema é agravado por ações unilaterais.

“Esta situação é mais devastadora quando certos Estados-membros da ONU tentam posicionar outros acima da lei”, comentou Polyanskiy, sem dizer os países a que se referia.

Para o representante russo, as tensões no Médio Oriente têm escalado devido a uma “guerra de propaganda” e grande número de notícias falsas de organizações não-governamentais financiadas por países com interesses económicos na região.

A França, outro dos membros permanentes do Conselho de Segurança, apelou para o cumprimento do acordo nuclear JCPOA, dos acordos de Sochi, entre Rússia e Turquia, para a resolução do conflito sírio, e dos acordos de Estocolmo para acesso da ajuda humanitária no Iémen.

A República Dominicana defendeu, por outro lado, que a educação é uma das principais formas de garantir a reconciliação e sublinhou que é urgente proteger instituições e infraestruturas educacionais em áreas de conflito.

A Alemanha, representada por Andreas Michaelis, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros assinalou que os países do Médio Oriente devem criar um ambiente político favorável para as populações levarem a vida sem medo de repressão, tortura, fome ou violência.

O secretário de Estado alemão considerou que os compromissos de diálogo multilateral são o único caminho sustentável para a reconciliação.


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