As adversidades que marcaram o ciclo de governação prestes a findar condicionaram a implementação do correspondente Plano Quinquenal (2015-2019), acabando por determinar o adiamento de respostas a algumas preocupações populares.
O Presidente da República, Filipe Nyusi, em visita de trabalho à província de Maputo, explicou os contornos destes constrangimentos no comício que orientou, ontem, no Posto Administrativo de Panjane, distrito de Magude.
Apontou, por exemplo, a conjuntura económica internacional,a retirada do suporte directo ao Orçamento do Estado pelos parceiros de apoio programático,a depreciação do Metical e os fenómenos naturais que se abateram sobre o país em praticamente todos os anos ao longo do quinquénio.
Estes factores, segundo o Chefe do Estado, ditaram o desvio dos parcos recursos disponíveis para responder a necessidades imediatas em sectores sociais, entre as quais educação, saúde, justiça e assistência social.
“Nós conhecemos as preocupações do país e da província de Maputo em particular, mas houve necessidade de se redefinir prioridades para garantir a alimentação, assistência médica e disponibilização de insumos para impulsionar a produção e a produtividade”, disse.
O esclarecimento surgiu em resposta a uma preocupação reiterada da população de Magude, sobre a necessidade de construção de uma ponte sobre o Rio Incomati para a circulação de pessoas, um pedido que já tinha sido apresentado ao Presidente da República, em 2016.
Filipe Nyusi disse que esta preocupação não foi esquecida, que uma solução seria apresentada num futuro não muito distante.
Afirmou que tal como o problema da população de Magude, há outras preocupações colocadas pelo país fora que ainda não tiveram solução, como consequência destas adversidades.
“Nós não esquecemos e não fugimos dos nossos problemas, mas sempre que é necessário redefinimos a nossa forma de actuação para responder todas as questões de uma forma faseada”, referiu Filipe Nyusi, que falava num comício popular em Panjane.
Neste local, a população pediu ainda a reabilitação e reconstrução das estradas Magude Sede – Mapulanguene, a atribuição de espaços para habitação de jovens, bem como a elevação da categoria do centro de saúde local.
Sobre esta última questão, Nyusi lembrou que, na quarta-feira, o país testemunhou o lançamento da iniciativa “Um distrito, Um hospital”, que prevê a construção de 90 hospitais de referência em igual número de distritos.
Magude, segundo referiu, faz parte dos distritos que vão receber dos primeiros 15 hospitais que serão erguidos ao abrigo desta iniciativa, num prazo não superior a 20 meses.
Para além do comício popular, o Chefe do Estado visitou ontem uma empresa de produção e multiplicação de gado bovino e orientou uma reunião com professores primários da província de Maputo.
A visita prossegue hoje com a deslocação ao distrito de Boane, onde deverá visitar infra-estruturas sociais, económicas, bem como manter encontros com a população.
ALCIDES TAMELE